Gustave Klimt realizou esta pintura a óleo em 1907, retratando o mito de Danaë, mãe de Perseu.
Por: Rute Ferreira, autora do e-book Mulheres, arte e mitologia grega – deusas
Danae, Gustave Klimt, 1907
Gustave Klimt – o mito de Danae
O supremo senhor do Olimpo, Zeus, era reconhecido pelas infidelidades frequentes à esposa, Hera. Muitas vezes, chegava a se disfarçar de outras figuras para realizar o intento de dormir com alguma bela jovem que chamasse sua atenção.
No caso de Danaë, entretanto, não foi o ciúme da deusa que o fez se metamorfosear em chuva de ouro, mas sim o pai da jovem, Acrísio.
Ao consultar o oráculo, soube que seria morto pelo neto, então cuidou de trancar a princesa numa torre, constantemente vigiada.
Sem possibilidade de possuí-la por vias normais, Zeus se transforma então em uma chuva de ouro e fecunda a moça por um orifício no teto da torre (há quem interprete essa leitura dizendo que, na verdade, Zeus subornou os guardas, daí a “chuva de ouro”). Dessa união nasce Perseu, o mesmo herói que mata Medusa e mais tarde salva Andrômeda.
Gustave Klimt , que foi um pintor simbolista austríaco, retratou o momento em que Danaë é tomada pelo senhor dos céus e líder do Olimpo. Ela está deitada, vista de lado, com o seio à mostra e as pernas levantadas, enquanto vem a chuva.
Na representação klimtiana, a princesa não está acompanhada de outros elementos ou seres – como na homônima de Correggio – mas está sozinha, revelando um momento de total intimidade. Seus cabelos ruivos espalham-se pelos ombros e costas, e sua face com um leve rubor evidenciam o ato sexual e a excitação.
Ao lado dela, pode-se ver um fino tecido de seda, que pode ser uma lembrança da linhagem da moça.