Optou por não criticar o atraso social, cultural e económico de Portugal em relação ao resto da Europa, mas sim por glorificar o sentimentalismo cristão e as crenças e superstições locais de uma população analfabeta ou muito pouco instruída.
Promessas (1933)
O Naturalismo: uma nova corrente estética
O Naturalismo foi um movimento estético e artístico que surgiu em França a partir de 1830, com a criação da Escola de Barbizon e através das pinturas de Théodore Rousseau (1812-1867), de Jean-François Millet (1814-1875) ou de Gustave Courbet (1819-1877).
Normalmente, os pintores faziam esboços ao ar livre e terminavam as suas pinturas no atelier. Os motivos representados incluíam paisagens naturais, cenas da vida rural ou retratos de personagens típicas do campo.
Embaraçar cebolas (1896)
Os pintores, influenciados pelas condições atmosféricas do momento, esforçavam-se por captar os efeitos da luz natural sobre os objetos e os elementos da natureza.
Tentavam captar a realidade imediata e cultivavam a sensação visual, o que conferia mais originalidade e espontaneidade à obra produzida.
Refira-se que, ao longo do século XIX, se tinham diversificado os motivos pintados, desde cenas mitológicas, religiosas e históricas até simples paisagens vulgares.
Igrejas, catedrais, cenas de batalhas históricas ou medas de palha: tudo era passível de ser pintado.
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José Malhoa – Milho ao sol (1927)
Naturalismo em Portugal
Em Portugal, a estética naturalista e realista da Escola de Barbizon foi introduzida pelos pintores Silva Porto (1850-1893) e Marques de Oliveira (1853-1927), e durou até aos anos 20 do século XX.
Estes dois notáveis pintores entraram em contacto com este novo movimento artístico durante a sua estadia em França, em 1873, como pensionistas do Estado português. Foi em Paris que Silva Porto e Marques de Oliveira estudaram Pintura de Paisagem e Pintura Histórica, respetivamente.
À sombra da parreira (1926)
O Naturalismo acabou por influenciar outros artistas como João Vaz (1859-1931), Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) e o próprio José Malhoa que, em 1880, ajudou a fundar o Grupo do Leão, do qual faziam parte os artistas portugueses atrás mencionados, juntamente com vários outros pintores, poetas e escritores como Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), Cesário Verde (1885-1886) ou Fialho de Almeida (1857-1911).
Esta tertúlia de jovens artistas – que se reunia na cervejaria lisboeta Leão d’Ouro – acabou por convencer Malhoa a preferir a pintura ao ar livre e a procurar no campo, ao redor da sua casa em Figueiró dos Vinhos, a autenticidade que faltava ao meio urbano industrializado e materialista.
O Grupo do Leão (1885), Columbano Bordalo Pinheiro
1 Comentário.
[…] Histórica. Ali teve como professores Luciano Freire (1864-1935), José Veloso Salgado (1864-1945), José Malhoa (1855-1933) e Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1933) e dali partiu para Paris, em 1910 – […]