Quer conhecer a história de Pierre Auguste Renoir ? A arte que dói!

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Conheça Pierre Auguste Renoir – um pintor francês que integrou o movimento impressionista juntamente com Claude Monet, Paul Cézanne, Alfred Sisley, Camille Pissarro, Berthe Morisot, entre outros.

Pierre Auguste Renoir auto retrato

Pierre Auguste Renoir (auto-retrato, 1910)

 

As suas pinturas são conhecidas pela sua luz, pinceladas conspícuas e beleza pura.

Nos seus quadros os temas eram frequentemente a beleza feminina e a vida burguesa de Paris.

Realizou muitos retratos que constituíam a sua principal fonte de rendimento. Retratou igualmente alguns dos artistas que com ele integraram o novo movimento impressionista.

Pierre Auguste Renoir Claude Monet painting in his Garden at Argenteuil

Claude Monet pintando no seu jardim em Argenteuil (Pierre Auguste Renoir – 1873 – óleo sobre tela).

Pierre Auguste Renoir (25 Fevereiro 1841 – 3 Dezembro 1919)

O colorido vivo das telas esconde a dor vivida pelo artista principalmente nos últimos anos de vida, não tendo, no entanto, nunca interrompido a sua atividade.

Renoir começou a trabalhar como um jovem pintor de porcelana e têxteis.

Aos 21 anos, entrou na École des Beaux-Arts em Paris e passou a estudar sob as instruções do pintor Charles Gleyre, onde conheceu e fez amizade com Claude Monet, Alfred Sisley e Frederic Bazille.

Juntamente com estes pintores, Renoir é considerado um dos mais importantes artistas do Impressionismo.

Embora as suas pinturas tenham sido inicialmente rejeitadas pela Academia e pelo público, da mesma forma que as de seus amigos, com o tempo tornou-se um dos artistas mais admirados de sua geração. E assim é até hoje.

Auguste Renoir retratou principalmente paisagens e pessoas, usando os seus amigos como modelos.

Em todas as suas obras é possível perceber uma luminosidade tão grande que quase desempenha o papel de mais uma personagem da tela.

Cores vibrantes e momentos quotidianos aparentemente insignificantes são marcas registadas do seu trabalho.

Rosa e Azul (As Meninas Cahen d'Anvers)

Rosa e Azul (As Meninas Cahen d’Anvers)

 

Apesar da resistência inicial ao seu trabalho, Renoir foi reconhecido e a sua arte admirada. Até o governo francês comprou uma obra sua. As coisas estavam indo bem.

Infelizmente, em 1899, foi acometido de artrite reumatóide.

A artrite reumatóide é uma doença que causa muita dor e inflamação nas articulações. Além disso, a pessoa afetada também pode apresentar deformidades.

No caso do pintor, as suas mãos estavam deformadas. Consequentemente, os movimentos tornaram-se muito restritos e cada movimento era um grande e certamente doloroso esforço.

A resposta está nas suas próprias palavras. Como Renoir disse uma vez: “a dor passa, mas a beleza fica”.

O movimento impressionista

O movimento impressionista teve a sua origem nos anos 60 do Sec. XIX e afirmou-se de forma clara na Exposição de 1874.

O Impressionismo – pinturas de luz e cor

Conheça o Impressionismo neste e-book

Constitui um movimento de ruptura relativamente aos cânones académicos contrapondo a estes a pintura feita nos locais, ao ar livre e a captação das variações de luz e cores da Natureza.

Os artistas procuram libertar-se  da simetria e dos conceitos geométricos, passando a obedecer à sua própria perceção sensorial no momento da criação.

O movimento impressionista é assim, e acima de tudo, a afirmação da liberdade de expressão individual do artista.

É por esta razão que quando definimos as caraterísticas da pintura impressionista e analisamos algumas obras dos artistas normalmente integrados neste movimento podemos ter alguma dificuldade de “arrumação”.

Por vezes obras de artistas definidos como impressionistas não contêm as caraterísticas que em história de arte estabelecemos como definidoras deste movimento.

Mas é esta afinal a essência do movimento impressionista: a liberdade individual.

A Exposição dos impressionistas em 1874

É considerada como o marco do início do movimento impressionista a exposição dos impressionistas que se realizou em 1874 no atelier do fotógrafo Félix Nadar.

Claude Monet, Paul Cézanne, Pierre Auguste Renoir, Alfred Sisley, Camille Pissarro, Berthe Morisot e Edgar Degas, são alguns entre 29 participantes.

Monet Impressão Nascer do Sol

Impressão, nascer do sol, Claude Monet, Museu Marmottan Monet

Foi nesta exposição que nasceu a expressão “Impressionismo”. O crítico de arte Louis Leroy, com a intenção de menosprezar este novo tipo de arte que fugia aos cânones académicos, utilizou esta designação a partir da obra exposta de Claude Monet, Impressão, Nascer do Sol.

O baile no Moulin de la Galette

Pierre Auguste Renoir Moulin de la Galette

O baile no Moulin de la Galette – Pierre Auguste Renoir, 1876, óleo sobre tela, Musée d’Orsay, Paris

O quadro foi pintado em Paris, no bairro de Montmartre, e retrata um tema frequente na pintura impressionista: a vida burguesa.

É talvez a obra mais conhecida de Pierre Auguste Renoir e reflete algumas das principais caraterísticas do impressionismo.

Captar o momento – a pintura deveria ser capaz de captar o momento, o instante modelado pela luz e pelo movimento.

Luz e cor – As figuras mudam de cambiante conforme o momento do dia e a incidência da luz.

Pintura ao ar livre – privilegiavam a pintura realizada em exterior, ao ar livre, que permitia a captação das variações de cor da Natureza.

Sombras – as sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como  a impressão visual que nos causam. Assim, os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos recorrendo a cores complementares.

Cores – as cores e tons não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta.  Devem ser puras e dissociadas nos quadros em pinceladas soltas. As cores e tons passam a ser apropriadas pelo observador. A construção das tonalidades passa a ser fundamentalmente óptica.

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Rute-Ferreira

Rute Ferreira

Sou professora de Arte, com formação em Teatro, História da Arte e Museologia. Também sou especialista em Educação à Distância e atuo na educação básica. Escrevo regularmente no blog do Citaliarestauro.com e na Dailyartmagazine.com.  Acredito firmemente que a história da arte é a verdadeira história da humanidade.

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