O Beijo de Gustav Klimt , é uma das obras de arte mais populares do mundo. O Beijo é uma pintura que encanta à primeira vista.
O Beijo de Gustav Klimt
O Beijo de Gustave Klimt foi produzido durante a chamada ‘Fase Dourada’ do artista, e é a obra principal dessa fase (1889-1910), na qual Klimt utilizava folhas de ouro e prata em suas pinturas.
Além de O Beijo, outra obra bastante representativa dessa fase é o Retrato de Adele Bloch-Bauer, cuja história deu origem ao filme A Dama Dourada, em 2015.
Retrato de Adele Bloch-Bauer, de Gustav Klimt, 1907. Neue Gallery, New York, EUA.
Nas obras de sua fase dourada, Klimt mostrou o quanto as chamadas artes aplicadas tiveram um efeito importante em sua obra.
O pai de Gustav Klimt era ourives, e sua familiaridade com as técnicas desse tipo de trabalho foram fundamentais para a criação d’O Beijo.
Para produzir essa obra, Klimt usou uma cobertura de ouro em pó para o fundo e aplicou folhas de ouro nos trajes de seus personagens.
Existe também nessa obra, além da influência da ourivesaria, o papel dos mosaicos. Em 1903, Klimt teve contato com os mosaicos em Ravena, na Itália, e ficou fascinado. Ele adaptou a mesma técnica em sua obra.
“Em O beijo, o efeito é muito evidente no invólucro dourado que separa os amantes do mundo externo. Seu desenho fragmentado e a superfície exuberantemente incrustada foram inspirados nos mosaicos.”
Tudo Sobre Arte, de Stephen Farthing
O Beijo de Gustav Klimt – detalhes
O Beijo de Gustav Klimt é um quadro muito bonito. Ele nos apresenta um homem e uma mulher.
O homem se inclina para beijar a mulher que, por sua vez, se inclina na direção dele. Note que o rosto do homem está escondido no rosto da amante, e o artista enfatiza o rosto da mulher, cujos olhos fechados representam um êxtase.
Repare também que o vestido da mulher é adornado com coloridos padrões florais circulares, que estão para Klimt ligados ao feminino.
Os símbolos da túnica do homem são formas retangulares, em preto, branco e prata, e estariam relacionados a uma simbologia masculina, que contrasta visualmente com os padrões da roupa da mulher.
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O casal está de joelhos, e uma hera dourada cai ao longo dos tornozelos da mulher.
Essa hera pode ter sido, na realidade, um símbolo para os cabelos dela, uma vez que na arte simbolista as femme fatales eram retratadas sempre com cabelos super longos.
Em o beijo de Gustav Klimt o homem e a mulher estão sobre um leito florido, considerado uma espécie de vestígio da realidade do cenário do beijo entre os amantes – além de gostar muito de flores e de pintá-las, Klimt tinha um tipo de jardim em seu ateliê.
Quem está representado em O Beijo de Gustav Klimt ? É o que veremos de seguida.
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Quem são os amantes em O Beijo de Gustav Klimt
Em O Beijo de Gustav Klimt os amantes não são identificados, mas é possível que a inspiração e os modelos para esse quadro tenham sido o próprio Klimt e sua companheira Emilie Flöge. Também pode ter sido Hilde Roth, que também era uma modelo habitual.
Gustav Klimt e a Secessão Vienense
Gustav Klimt nasceu em 1862, em Viena, na Áustria e começou seus estudos em arte ainda na adolescência, aos 14 anos, junto de seu irmão Ernst. Logo eles começaram a receber encomendas para decoração de espaços públicos.
Profundamente interessado em novos modos de se expressar através da pintura e na arte de vanguarda, Klimt fundou, em 1897, a Secessão Vienense. A ideia era que a comissão escolhesse e promovesse a arte de vanguarda.
Nem é preciso dizer que o novo estilo de Klimt e seu projeto ousado causou horror às autoridades financiadoras.
Apesar disso, o artista continuou sendo muito requisitado. Gustav Klimt foi bastante reconhecido durante sua vida. Apesar de ter se isolado em seus últimos anos, o artista ainda era bastante procurado.
Klimt morreu em decorrência de uma pneumonia, em 1918.
Fonte das imagens - Wikiart.org
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Rute Ferreira
Sou professora de Arte, com formação em Teatro, História da Arte e Museologia. Também sou especialista em Educação à Distância e atuo na educação básica. Escrevo regularmente no blog do Citaliarestauro.com e na Dailyartmagazine.com. Acredito firmemente que a história da arte é a verdadeira história da humanidade.