Falar das obras de Tarsila do Amaral é falar do próprio modernismo nas artes visuais do Brasil. Vamos conhecer esta fascinante artista.
Imagem de capa: Antropofagia (detalhe), Tarsila do Amaral, 1929.
Inclui um vídeo com as principais obras de Tarsila do Amaral .
Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Philosophicamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os collectivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupy, or not tupy that is the question.
Contra todas as cathecheses. E contra a mãe dos Gracchos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. (ANDRADE, 1928, p. 3).
Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral Autorretrato, 1923
Falar de Tarsila do Amaral é falar do próprio modernismo nas artes visuais do Brasil. Nascida em 1886, em Capivari, São Paulo, Tarsila começa seus estudos em arte por volta de 1915. Cinco anos depois, ela vai estudar na França, uma complementação que na época, era quase obrigatória.
Foi ainda durante suas primeiras aulas de arte no Brasil, com Pedro Alexandrino, que Tarsila conheceu Anita Malfatti, com quem mais tarde formaria o Grupo dos Cinco, que contou ainda com Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Pichia.
É comum associar as obras de Tarsila do Amaral com a Semana de Arte Moderna. Uma rápida consulta ao Google e um sem número de sites vai informar que a artista foi uma das participantes do evento, e essa é uma ideia incorreta. Durante a Semana de 22, Tarsila ainda estava em Paris e só quando retorna, no mesmo ano, é que ela se integra aos artistas que procuram renovar a arte brasileira. Site oficial.
obras de Tarsila do Amaral | fase pau brasil
As obras de Tarsila do Amaral são divididas em fases. A primeira é a chamada fase Pau Brasil, que vai de 1924 a 1928. Nela, Tarsila do Amaral explora com intensidade a temática nacional. Ela se apropria da estética cubista aprendida na França mas sua paleta é completamente brasileira. Depois de passar algum tempo afastada do país, Tarsila quer representar seu próprio país. Ela escreve, na época:
‘Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras… Vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante… Pintura limpa, sobretudo sem medo dos cânones convencionais. Liberdade e sinceridade, uma certa estilização que a adaptava à época moderna.’
Tarsila do Amaral Morro da Favela, 1924
1 Comentário.
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