A Catedral de Notre Dame recebia anualmente cerca de 16 milhões de turistas.

Parcialmente consumida pelo fogo a 15 de abril de 2019 está a ser alvo de um enorme processo de restauro e reabilitação.

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A Catedral de Notre Dame

Catedral de Notre Dame

Paris é de longe uma das cidades mais famosas do mundo, e do seu vasto património, destacamos do itinerário religioso e panorâmico a Catedral de Notre Dame.

É uma das cerca de duzentas construções sagradas existentes na cidade e o monumento mais visitado, contando com 16 milhões de visitas anuais, dos cerca de 27 milhões de turistas que a cidade recebe anualmente.

A Catedral de Notre Dame , com um comprimento de 128 metros por 40 de largura e 35 de altura nas naves, aparece como uma imagem imponente na panorâmica da cidade luz.

Numa ilha no rio Sena – a Île de la Cité – e dedicado à Nossa Senhora, é uma construção exaltada pelos seus vitrais, arcobotantes e esculturas que decoram as fachadas do maior edifício religioso ocidental até meados do século XIII.

Um dos paradigmas da arquitetura gótica em França.

História

Encomendada em 1160 pelo bispo de Paris Maurice de Sully, a sua construção iniciou em 1163, num nítido interesse do bispo e Parisdo rei Luís VII em tornar a cidade no novo centro teológico e político do reino.

A localização de um antigo templo dedicado a Júpiter, substituído posteriormente por uma basílica em honra do Santo Étienne, foi o local eleito para a edificação deste, que viria a ser um dos patrimónios mais admirados pela humanidade.

Para a sua construção foi necessário demolir várias casas, entre outros edifícios, para obterem um terreno suficiente para aceder à obra e abrir a rua.

Doações de reis, do clero e da nobreza, e mão-de-obra do povo foram necessárias até 1330, ano em que, após obras de remodelação, ficou concluída. A construção ficou também marcada pela dificuldade no transporte dos materiais pelo rio Sena e o levantamento das pedras até ao topo da construção, que se projeta na direção do céu.

Arquitetos

Vários arquitetos trabalharam aqui, deixando as marcas dos seus variados estilos evidenciados pelas fachadas, no entanto, desconhecemos o nome do primeiro responsável pelo projeto.

Sabemos que durante os trabalhos sofreu uma alteração determinante na sua planta e nas dimensões das janelas que foram significativamente alargadas por volta de 1220/1230, garantindo uma melhor iluminação e adaptando-se à evolução da arquitetura.

Temos também conhecimento que o transepto é obra dos arquitetos Jean de Chelles e Pierre de Montreuil, onde se destaca, no lado sul, o portal dedicado ao Santo Étienne, padroeiro da basílica românica demolida devido à nova catedral.

Sabemos também que Jean Ravy, terminou as capelas a norte e construiu os arcobotantes entre 1296 e 1325, utilizando provavelmente pela primeira vez este sistema.

Curiosidades

Esta belíssima catedral do gótico francês foi vítima das maiores atrocidades. O seu estado originou uma profunda necessidade de recuperação, alertado no século XIX pelo dramaturgo Victor Hugo num dos seus famosos romances.

Só em 1845 é que a catedral foi restaurada e salva pelos arquitetos Viollet-le-Duc (1814-1879) e Lassus, que fizeram alterações a nível de esculturas, acrescentando as quimeras e substituindo as destruídas durante a Revolução Francesa.

Esta intervenção originou grandes controvérsias e desaprovações. No entanto as quimeras fazem agora já parte da história do edifício.