Jan van Eyck (Maaseyck (?), ca. 1390 – Bruges, 1441) foi um exímio pintor flamengo do início do século XV que inspirou artistas europeus, abriu caminho para outros e formou a Escola Flamenga.
Homem com turbante (presumível autorretrato), 1433
Jan van Eyck foi um dos mais importantes representantes da pintura flamenga. As suas obras fascinam pela sua qualidade artística mas também pela incrível aptidão técnica.
Os detalhes minuciosos são uma das caraterísticas mais marcantes das pinturas do artista.
A inovação estética
O artista é considerado o mais célebre artista dos chamados flamengos primitivos.
Foi altamente inovador tanto nos retratos como nas paisagens. Introduziu novos elementos na pintura religiosa e deu uma atenção especial à representação em perspetiva.
Foi um dos artistas iniciadores da Escola Flamenga inovando na representação naturalista de paisagens, expressões, texturas e detalhes.
A minucia das suas obras é de tal forma que muitos estudiosos defendem que uma parte das pinturas foram realizadas com o auxilio de lupa.
Mas como conseguiu o artista tanta minúcia e detalhe?
Sem dúvida através da sua excelência artística. Mas igualmente porque Jan van Eyck terá sido, segundo Giorgio Vasari, o inventor de uma das mais importantes técnicas artísticas: a pintura a óleo.
A inovação técnica
Jan van Eyck é frequentemente apontado como o inventor da pintura a óleo. Poderá ser ou não verdade.
Certo é que o uso que o pintor fez desta técnica é sem dúvida fascinante. O óleo permitiu aos artistas reproduzir cambiantes e brilhos e, através de pincéis finíssimos, dar uma atenção aos detalhes de grande minucia.
Na pintura seguinte, de pequena dimensão (31 x 14 cm) é visível esta caraterística.
Virgem numa Igreja,1437 – 1439 (31×14 cm)
Detalhe
Ou na obra
Na realidade, Van Eyck descobriu acidentalmente que os óleos eram aglutinantes adequados aos pigmentos e, que o de linhaça e de noz produziam um verniz de secagem rápida que dava um aspeto mais lustroso à superfície.
A técnica do óleo já era utilizada antes de Van Eyck, mas este foi responsável por importantes inovações na técnica que permitiram uma secagem mais lenta da pintura, o que permitia a elaboração de pormenores mais cuidados e um efeito final lustroso.
O extraordinário detalhe e minucia dos mais pequenos pormenores que encontramos nas obras de van Eyck não seriam possíveis sem esta invenção que constituiu um enorme avanço na técnica da pintura.
A iconografia como disciplina a partir da análise da obra de Jan van Eyck
Em 1935 Erwin Panofsky realiza o primeiro estudo dentro da temática da simbologia e iconografia de obras de arte.
Embora atualmente algumas das ideias de Erwin Panofsky sejam contestadas ou complementadas por alguns historiadores de arte foi sem dúvida um marco importantíssimo na análise de arte.
Analisa a obra O Casamento dos Arnolfini.
O Casamento dos Arnolfini, de Jan Van Eyck
Panofsky dizia que aquilo que, à partida, poderia parecer um retrato confuso e desorganizado, estava, na realidade, a transmitir uma mensagem muito clara: era a representação de um contrato de casamento.
Simbolizado através da presença de diversos elementos cuja simbologia oculta apontavam para o sacramento do casamento (como o cão, a sandália, o leito nupcial, o espelho, a própria assinatura do pintor, que afirma que «…esteve aqui», como se tivesse testemunhado um evento de importância) e o significado que poderiam assumir no contexto em que a obra foi produzida.
O casamento dos Arnolfini
Uma visão sobre a mais conhecida obra de Jan van Eyck e alguma da simbologia presente.
Para conhecer a obra de Jan van Eyck pode visitar o site oficial aqui.
1 Comentário.
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