Victor Meirelles de Lima foi um dos mais importantes pintores do Brasil durante o Segundo Reinado. Nascido em 18 de agosto de 1832 em Florianópolis, foi ainda em sua adolescência que ele mostrou habilidade como pintor. Oriundo de uma família humilde e simples, conseguiu uma bolsa na Academia Imperial de Belas Artes com apenas 14 anos de idade. Seguiu para estudar no Rio de Janeiro.
Conheça um pouco da sua obra neste artigo de Rute Ferreira. Autora do curso História da Arte no Brasil.
As primeiras obras de Victor Meirelles
Aos 20 anos de idade, ele ganhou uma bolsa para estudar Arte na Europa. Esse tipo de bolsa era comum nos anos 1800, e era oferecido aos artistas selecionados pela Academia Imperial de Belas Artes.
Foi durante essa viagem, longe de casa, que Meirelles produziu uma obra que faz parte do repertório visual de boa parte do povo brasileiro. A Primeira Missa no Brasil, que foi exposta no Salão de Paris em 1861.
Primeira Missa no Brasil, 1860, Museu Nacional de Belas Artes.
A partir dessa obra, ele se consagrou no gênero da pintura histórica. A tela foi inspirada na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, onde a primeira missa realizada no país foi descrita.
Produzida em um período em que o Brasil se afirmava como Estado Nacional, a pintura reflete a busca pela construção de uma identidade que dialogasse com esse momento.
A Pintura Histórica
Depois que voltou ao país, Meirelles tornou-se um dos artistas preferidos de Dom Pedro II.
Colaborou com a criação de símbolos visuais que até hoje fazem parte do imaginário do povo brasileiro, como o retrato do monarca que se tornou seu mecenas.
Retrato de Dom Pedro II, 1864, Museu Nacional de Belas Artes
Em Batalha dos Guararapes, de 1879, o artista reafirma seu talento como representante da pintura histórica. O quadro é dinâmico e intenso, e representa o confronto que culminou com a expulsão dos holandeses do país.
Batalha de Guararapes, 1879, Museu Nacional de Belas Artes
Moema
Mas não só dos retratos de monarcas e acontecimentos históricos se fez a pintura de Meirelles. É dele também uma das pinturas mais delicadas e significativas do acervo brasileiro.
Moema, de 1866, a personagem homônima do poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão.
Moema, 1866, Museu de Arte de São Paulo.
A jovem indígena, rejeitada pelo português Diogo Álvares, tenta seguir o navio em que ele vai embora e se afoga.
Repare porém que Moema não parece estar morta, mas apenas adormecida. Seu corpo é colocado delicadamente na praia, seus cabelos se espalham e sua intimidade é oculta pela indumentária da sua tribo, embora seus seios fiquem à mostra.
Victor Meirelles se tornou um dos artistas mais importantes de sua época.
Além de pintor, ele também foi professor honorário da Academia Imperial de Belas Artes, onde lecionou pintura histórica e professor do Liceu de Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro. O acervo deixado pelo artista é impressionante: inúmeros quadros, desenhos e esboços preparatórios, que contam a história de um país e sua busca identitária.
Victor Meirelles morreu no Rio de Janeiro, em 1903.
Provavelmente, ele é o maior pintor histórico do Brasil.
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[…] Imagem – Moema, 1866, Victor Meirelles de Lima. Conheça melhor o artista. […]