O turismo cultural centra-se na apreciação do património histórico-cultural e artístico de uma determinada região/destino.
É uma modalidade de turismo cuja motivação ocorre frequentemente em conjugação com a realização de encontros artísticos, científicos, de formação e de informação.
O turista cultural é motivado pela busca da diferença, pela realização pessoal, esta procura vai muito além dos museus, monumentos e passa pela imagem, por um estilo de vida, pela experiência de diferentes vivências.
Relação turismo e património cultural
O ICOMOS (International Council on Monuments and Sites) cuja missão é promover a conservação, a protecção, a utilização e valorização dos monumentos, conjuntos e sítios desenvolveu algumas reflexões e princípios relativos à relação entre turismo e património cultural com vista a um relacionamento sustentável.
De acordo com a Carta do ICOMOS sobre Turismo Cultural.
Para que a interação entre turismo e património cultural seja benéfica, sustentável e duradoura há que seguir a seguinte estratégia:
1 – Proteger, conservar, interpretar e divulgar o património e a diversidade cultural de cada lugar ou região.
2 – Providenciar aos visitantes uma experiência de qualidade durante a sua visita.
3 – Proporcionar o acesso intelectual e emocional ao património, permitindo assim um desenvolvimento cultural.
4 – Assegurar que o turismo ao aproveitar as vantagens económicas do património, estas também são utilizadas na sua conservação, criando recursos, desenvolvendo a educação e reorientando as políticas.
5 – Assegurar que o turismo suporta e não reduz a qualidade de vida dos habitantes locais.
6 – Estimular a oferta de produtos turísticos culturais que permitam às comunidades locais de acolhimento e aos visitantes descobrir e compreender as qualidades específicas do património em questão, o seu significado.
7 – Aumentar os benefícios do turismo na economia local.
8 – Fomentar a participação e a cooperação entre todos os atores do processo.
Comunidades de acolhimento, os conservadores de museus e de monumentos, os operadores turísticos, os gestores de sítios culturais e naturais, os proprietários privados, os responsáveis pela elaboração de programas de desenvolvimento e os políticos, em prol da sustentabilidade.
9 – Monitorizar os fluxos de visitantes para reduzir os impactos negativos.
Em suma, podemos afirmar que é necessário adotar uma estratégia com base na proteção, conservação, interpretação e divulgação e, ao mesmo tempo, criar experiências capazes de cativar os visitantes.
Não podemos ainda esquecer que a relação entre turismo e património cultural passa pelo envolvimento das comunidades locais.
O turismo cultural necessita destas comunidades para garantir a sua autenticidade e gerar um maior número de visitantes.
As comunidades locais necessitam dos turistas culturais como um meio de desenvolvimento e de geração de recursos para a preservação do seu Património Cultural.
Seguidamente apresentamos uma pequena reflexão sobre a importância da autenticidade na produção de produtos turísticos culturais.
A autenticidade na relação turismo e património cultural
A procura do turismo cultural apresenta acréscimos em todo o Mundo, o que também se projeta na produção de bens culturais, patrimoniais e artísticos, potenciando assim uma maior rentabilidade económica, politica, social e cultural do património.
O turismo cultural tem então um impacto importante no desenvolvimento e na produção cultural.
O grande desafio que se coloca às sociedades que recebem grandes fluxos de turistas culturais passará a centrar-se na própria produção cultural.
E a tentação de criar produtos “culturais” de consumo turístico imediato é grande. Devemos ter em conta que a forma de garantir a sustentabilidade futura do turismo cultural é garantindo a autenticidade da produção cultural.