Três quiilómetros a norte de Luxor, o complexo de Karnak – onde se situa o Templo de Amon -, na margem leste do rio Nilo, era o maior do reino ocupando uma área de 100 hectares de terra com 80 000 pessoas a seu serviço na era de Ramsés III.
Texto: Diana Ferreira, autora do curso online Guia de Tesouros Arquitetónicos
Imagem de capa: Avenida de acesso ladeada de esfinges com corpo de leão e cabeça de carneiro, o animal sagrado de Amon.
Templo de Amon
Parte das ruínas do templo de Amon e do Lago Sagrado.
Quando, no Império Novo, a antiga Tebas foi capital do reino egípcio durante 1500 anos, o centro religioso mais importante localizava-se em Karnak.
Três kilometros a norte de Luxor, o seu complexo, na margem leste do rio Nilo, era o maior do reino ocupando uma área de 100 hectares de terra com 80 000 pessoas a seu serviço na era de Ramsés III.
Pouco nos resta para ver da antiga cidade de Tebas, mas os templos de Luxor e de Karnak são uma exceção.
Este último em análise, é o mais famoso e visitado a seguir às pirâmides de Gizé.
Um museu a céu aberto que maravilha visitantes de todo o mundo, com a sua arquitetura colossal, os seus pilones, pátios, salas, estátuas, obeliscos e baixos-relevos.
Sala Hipóstila do Templo de Amon, outrora com 134 colunas papiriformes.
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Centro religioso do império
Iniciado durante o Império Novo, na XVIII dinastia, em 1530 a.C., o Templo de Amon foi uma contribuição de aproximadamente trinta faraós, durante 1200 anos até à época romana.
Desde a sua construção, após aproveitar um espaço religioso que já existia na XIII dinastia do Império Médio, cada monarca no Império Novo interveio adicionando ao Templo de Amon pilones, obeliscos, estátuas ou aumentando os templos, de modo a honrar Amon.
Akhenaton
O complexo de Karnak foi durante muito tempo o principal centro religioso do Egito, porém quando o faraó Akhenaton tomou o poder e abandonou o culto a Amon, substituindo-o pelo deus-sol Aton, construiu-se uma nova capital (atualmente Amarna) e novos templos, esquecendo o anterior até à morte do monarca.
Durante o Império Novo, quando Amen-hotep III morre, sucede-lhe o filho Amen-hotep IV (“Amon está satisfeito”), que recebeu do seu pai o nome, e que o muda para Akhenaton (“Bênção de Aton”). No seu reinado de 17 anos teve uns primeiros anos de tranquilidade, mas quando impôs o deus Aton, o disco solar, como única divindade, proibindo o culto dos restantes deuses e impondo o monoteísmo, iniciaram os problemas.
Foi então que a veneração a Aton foi passando e Karnak voltou a ser o centro religioso do império.
Contudo, o grave estado das fundações do Templo de Amon e do complexo acabou por colapsar a 3 de outubro de 1899, transformando o amplo e famoso recinto em ruínas de pedra com colunas tombadas, arquitraves derrubadas, estátuas destruídas e jardins desaparecidos.
Foram necessárias várias décadas até iniciarem os trabalhos de reconstrução de um espaço importantíssimo para o país, contributo de vários monarcas que foram ampliando o santuário, e que ainda hoje constitui uma atração quase mágica para os visitantes que ficam fascinados pela civilização egípcia.
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- A Basílica de Santa Sofia – Istambul
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