Neste artigo vamos abordar uma das técnicas que impulsionou a fotografia artística ganhando rapidamente popularidade. O processo de bromólio.
Desde a primeira fotografia por Joseph Nicéphore Niépce pelos anos de 1820, os processos fotográficos sucederam-se. Procurava-se uma maior fidelidade das imagens e uma maior facilidade na produção fotográfica. Mas igualmente a elevação da fotografia a arte. A fotografia artística e o seu desenvolvimento estiveram intimamente ligadas à evolução dos processos fotográficos. Um dos mais importantes deste processos foi o bromólio.
Imagem de capa – Oil print by Robert Demachy – A Crowd, 1910, Met Museum.
O processo do bromóleo
Em 1904, G.E.H. Rawlins publicou um artigo sobre um processo fotográfico baseado em pigmentos a óleo. Um dos seus principais inconvenientes era a utilização de negativos com as mesmas dimensões que a impressão final, porque a impregnação a óleo era demasiado lenta para o uso de um ampliador.
Em 1907, E. J. Wall propôs uma alternativa à impressão fotográfica a óleo. O processo, que consiste, essencialmente, em branquear uma impressão fotográfica com brometo de prata e impregná-la com pigmentos a óleo, tinha a grande vantagem de não precisar de um negativo de grande formato.
Pouco depois, Welbourne Piper pôs em prática a teoria estudada pelos seus antecessores e daí nasceu o processo do bromóleo.
O processo tornou-se extremamente popular entre fotógrafos amadores e artistas, ultrapassando largamente a popularidade do processo a óleo.
O Pictorialismo que surgira na segunda metade do século XIX favoreceu o bromóleo, pelos seus efeitos. Apologistas da elevação da fotografia a arte, favoreciam a manipulação da fotografia através de processos de pigmentação e o bromóleo permitia estes efeitos artísticos que estes artistas procuravam.
Uma fotografia a óleo ou a bromóleo não tem muito pormenor e apresenta grão ou textura, podendo até ser um pouco grosseira.
Conquanto que o resultado final se assimile bastante a uma pintura em pastel, esta tem o detalhe e a nitidez de uma fotografia.
Várias companhias, como a Kodak, a Sinclair, a Autotype e a Drem, comercializaram papel, tintas e prensas de transferência para a impressão a bromóleo.
Depois da Segunda Guerra Mundial, pelos anos 1950, estes materiais tornaram-se cada vez mais difíceis de encontrar, até desaparecerem completamente do mercado.
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