Ernst Kirchner | Artistin – Marcella (1910)
Ernst Kirchner foi um dos fundadores do grupo de artistas expressionistas Die Brücke (A Ponte) em conjunto com Erich Heckel, Otto Müller, Max Pechstein e Karl Schmidt-Rottluff.
Die Brücke (A Ponte)
A Ponte era um movimento em que a personagem se salientava em relação ao cenário, daí que a temática se centrar em torno da vida social (principalmente incidente na vida burguesa), abundando retratos e auto retratos.
As obras eram marcadas por uma expressividade crua e acentuada, que salientava traços de agressividade, sofrimento, violência, raiva, insatisfação, desconforto, depressão, …
Para expressar as suas emoções e sentimentos, os pintores d’A Ponte usaram a espontaneidade no processo de criação, com o predomínio do desenho sobre a cor, desenho este grosseiro, anguloso, infantil e deformante. As formas são naturalistas e simplificadas, os rostos caricaturados ou similares a máscaras.
A preferência pelas cores incidia sobre o estridente e o anti-natural, usando contrastes fortes (com cores ora muito soturnas, ora muito vibrantes).
As composições tinham erros de perspectiva evidentes e propositados (se não mesmo uma sentido de perspectiva totalmente inexistente), desequilíbrios acentuados e fundos lisos, neutros ou pouco trabalhados.
A intenção de expressão dos artistas d’A Ponte era a de revelar a verdade interior: desnudar completamente a alma humana, mesmo que fosse chocante, desconfortável ou uma afronta.
Artistin – Marcella
Artistin – Marcella de Ernst Ludwig Kirchner terá sido realizado em 1910 e encontra-se atualmente no Brücke Museum, Berlim (Alemanha)
O conjunto obedece a uma diagonal ascendente do canto inferior esquerdo para o superior direito.
O ritmo da composição é essencialmente marcado por campos de cor suaves, predominantemente verdes, cingidos por contornos marcados.
O ponto de vista a partir do qual criou o conjunto não foi ocasional.
O pintor procurou uma perspectiva invulgar que transporta o observador para uma posição superior ao modelo (posicionado quase obliquamente), de modo a simular proximidade, mas, ao mesmo tempo, a dar uma impressão de distância.
Autoria do texto: Yolanda Silva
Sugestão: Artigo – A Pintura Expressionista e a deformação consciente da realidade