O que é colecionar ? desde a pré-história à atualidade

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Colecionar tem implicado historicamente o desejo do homem de possuir objetos valiosos.

Embora tenha sido refinado e hoje o facto de colecionar derive de outras funções sociais de grande relevância, sempre tratou de: reunir, selecionar, discriminar, valorizar e preservar um objeto acima de sua função primária e de seu valor original.

Singularidade e exclusividade são valores primordiais e são muito levados em consideração pelo colecionador ao decidir se um objeto fará parte de sua coleção. Hoje existem diferentes tipos de colecionadores, coleções e colecionáveis, mas a ação de colecionar é motivada pelo valor artístico, função, qualidades emocionais e pelo instinto de posse.

Por: Claudia Maldonado; curso online Art Consulting

O que é colecionar ao longo da História

o que é colecionar na Pré-história

Se olharmos para a história colecionismo, devemos voltar à Pré-história, uma época em que os objetos eram mantidos em função da sua estranheza em relação aos outros. Cores, tamanho, materiais e formas eram importantes. O caráter simbólico dos mesmos, sempre relacionado ao legado póstumo e à sua condição de herança que deveria ser preservada, mesmo após a morte, relacionada a necessidades mágicas e vitais, como a cura de doenças ou prosperidade no cultivo da terra.

o que é colecionar nas Culturas teocráticas

art consulting curso online Nas culturas teocráticas, os objetos que geralmente eram colecionados vinham de templos, tumbas ou palácios da classe alta.

A maioria eram objetos de santuário, expoentes da adoração professada a Deus.

o que é colecionar no Período helenístico

Em seguida, durante o período helenístico, a noção de dotar o objeto de valor agregado é ainda mais reforçada, do ponto de vista artístico, quase sempre. A admiração pelas obras e monumentos de um povo ou cultura passada considerada digna de admiração, imitação e cópia. Surge a cópia, a proposta de modelo, a reprodução, a revisão e, sobretudo, a busca e coleta de objetos.

O objeto adquire valor em si mesmo, técnico, material, formal, pelo autor, pela raridade, pelo antigo e pelo histórico.

o que é colecionar no Império Romano

Durante o Império Romano, essa ideia de “valor agregado” foi reforçada e o sentido de coleção aumentou. Saque, espólio de guerra, prestígio cultural e social, expressão de poder, investimento de capital, mercado de arte, cópias.

Os termos nascem:

  • Museu (edifício dedicado às Musas em Alexandria por Ptolomeu),
  • galeria de arte (Vitruvius, c. VI),
  • dactiloteca (Plínio).

O conceito de museu público nasceu, quando Marco Agrippa expôs as obras saqueadas e requisitadas no Panteão, estabelecendo o conceito de património cultural público e sua exposição.

colecionar - Panteão Roma

o que é colecionar na Idade Média

A partir de agora, o colecionismo passará pela Idade Média, herdando um caráter didático-religioso da imagem.

Os objetos são utilizados na liturgia e são admirados pela sua riqueza e função. Riqueza + função = arte. O belo (pulchrum) equivale a rico, Objetos inúteis são queimados ou escondidos, não museizados.

No gótico a fixação da vida na cidade e da cultura urbana, o comércio crescente e a burguesia incipiente, são as bases de uma nova colecção cortês, religiosa, clerical e burguesa. Nasce o gosto pelo profano, pela vida mundana e pelo conforto.

A arte é mais uma vez um ornamento da vida, e os objetos são apreciados pelas suas características e não apenas pela sua função.

detalhe da Custódia de Belém

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o que é colecionar no Renascimento

Com o advento do Renascimento, o conceito de colecionar é totalmente renovado. Assim, os objetos de arte, principalmente os da antiguidade, têm valor didático tal como a escrita.

A aquisição de objetos antigos torna-se uma expressão de poder, cultura e riqueza.

o que é colecionar nos séculos XVII e XVIII

Durante os séculos XVII e XVIII, a França usou a coleção como uma expressão da monarquia. Nessa época nasceu a galeria principal do Louvre. A arte é o instrumento visual da ideologia monárquica e da aristocracia.

A academia mantém o monopólio da educação artística. A produção artística é normalizada: ensina-se a fazer arte.

Galeria de Apolo - Louvre

Galeria de Apolo – Louvre

o que é colecionar nos Séculos XIX e XX.

Mercado de Arte bannerTrouxeram à luz vários cenários, como as descobertas arqueológicas de Herculano e Pompeia, que passam a objetos de desejo de centenas de colecionadores.

Com o Romantismo, os objetos da Idade Média, o Cristianismo e a arte oriental voltaram a ser valorizados. É nesta altura que entra em cena o marchand ou comprador (sabe-se que os americanos foram os melhores compradores de arte europeia).

Grandes Museus

O desejo de resgatar culturas “abandonadas” na Europa, a boa posição económica e o desejo de reafirmar o prestígio do novo continente, levaram à criação de grandes museus na América do Norte e à aquisição desenfreada de peças museológicas.

Da mesma forma, a arte nasceu como um objeto de valor, sinónimo de dinheiro e, portanto, um objeto que deve ser conservado e recolhido para garantir um futuro próspero.

Nasceram o marchand, os leilões, as galerias clandestinas de saques, a venda de peças falsificadas, os restauros que se fazem passar por autênticos e os falsificadores de obras de arte.

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