O Suprematismo surgiu imediatamente da senda do Raionismo.
Nascido na Rússia entre os anos de 1915-16, teve como principal impulsionador o pintor Kazimir Malevich.
Por Yolanda Silva. Curso Online Pintura das Primeiras vanguardas II.
Malevich
O Suprematismo tem uma forte influência na filosofia russa do final do século XIX e Malevich, é movido, em particular, pelos pensamentos niilistas de Nietzsche.
A partir do ideário aqui recolhido, o pintor russo procurou criar uma pintura pura e perfeitamente capacitada à expressão do espírito humano sem demonstrar ligação ao Real.
Quadrado Preto, de Kazimir Malevich, 1924 (Museu Russo, São Petersburgo – Rússia).
A sua pesquisa intensa pela pintura pura fez com que Malevich chegasse mesmo ao ponto de colocar em causa a própria existência da pintura.
Este depuramento ideológico é reflectido pelos vários estudos intitulados «Quadrado Branco sobre Fundo Branco».
«Devemos dedicar-nos directamente às massas da cor como tal e procurar nelas as formas decisivas. Não se pode reproduzir o movimento das massas vermelhas, verdes e azuis pelo desenho representativo. Este dinamismo não é mais do que uma revolta das massas pictóricas para se tornarem independentes do objecto, para se libertarem das formas que nada designam, quer dizer, para se fazerem predominar as formas puramente pictóricas sobre as formas racionais, para chegar ao Suprematismo, o novo realismo da pintura.»
(Malevich – Suprematismo, escritos de 1914-20)
El Lissitzky
El Lissitzky, outro nome do Suprematismo, vai mais longe, ao ponto de anular o próprio nome «arte» e «representação», conforme se pode ver nos seus escritos dos anos 1920. Em lugar destes, fala apenas em A. (para arte), R. (para representação/realização) e A.istas (para artistas).
A razão desta abordagem firma-se na revolução que acredita ter-se operado entre os conceitos antigos de arte e realização e aqueles que eram propostos a partir de então.
Beat the Whites with the Red Wedge
Poster, litografia
https://www.wikiart.org/pt/el-lissitzky/beat-the-whites-with-the-red-wedge-1920
«Estamos nos começos de uma época, em que a A., por um lado, degenera num jogo de pasticcio [jogo de imitação] dos monumentos dos museus e por outro lado luta pela criação de uma nova expressão do espaço.»
(El Lissitzky – A. a Pan-Geometria, 1925)
A plástica do suprematismo
Plasticamente, o Suprematismo caracteriza-se pelo uso de formas geométricas simples (quadrado, rectângulo, triângulo e círculo), de diferentes dimensões, pintadas com cores primárias e planas e associadas ao preto e ao branco.
Assim, há a impressão que as formas existem na simplicidade do fundo branco e vago das telas, sobressaindo a ideia de bidimensionalidade e a falta de perspetiva e profundidade.
Há um sentido de movimento e ritmo na organização das formas em direções paralelas e/ou convergentes (havendo situações de convergência que reforçam o dinamismo das composições).
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Parte 2 | Movimento Dada
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2.2. Manifesto Dadaísta
Parte 3 | Surrealismo
3.1. História e Essência
3.2. A temática
3.3. A aventura Surrealista
Parte 4 | Metafísica
4.1. A pintura Metafísica
Parte 5 | Abstraccionismo
5.1. Introdução | Abstraccionismo | A Bauhaus
5.2. Correntes e tendências
5.3. Kandinsky | Abstraccionismo lírico
5.4. Abstraccionismo Geométrico
5.5. Supermatismo
5.6. Neoplasticismo