Fachada da Bauhaus, na Alemanha. Em 1996, a escola recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela UNESCO. Fonte da imagem: http://m.mundoeducacao.bol.uol.com.br/artes/escola-arte-bauhaus.htm
Vamos neste artigo conhecer o que foi a escola Bauhaus e a sua importância para a alteração do status da atividade artística.
Após o fim da I Guerra Mundial, artistas e intelectuais tentaram fazer parte da tarefa de reconstrução da Nação Alemã.
Entre eles, destaca-se Walter Gropius, que ainda horrorizado com o que testemunhou na frente de batalha (assim como muitos artistas e intelectuais da época).
Decidiu criar o projeto de uma escola que desse aos jovens as habilidades necessárias para contribuir com o país – não só no sentido emocional e estético, mas também financeiro.
Gompertz comenta:
Ele formulou um plano para criar um novo tipo de escola de arte, cujo objetivo seria equipar uma nova geração de jovens com as competências práticas e intelectuais necessárias à construção de uma sociedade mais civilizada, menos egoísta.
Seria uma escola de arte e de design assumindo o papel de um reformador social.
Os princípios base
Em 1919, ele recebeu o convite para dirigir um estabelecimento educacional de artes. Fundou a escola Bauhaus .
Sua principal característica foi a reconciliação entre arte e artesanato e a ideia de que a arte podia ir além do sistema de belas artes, que a escola promoveu.
Greffe aponta os quatro modos pela qual a escola Bauhaus atingiu esse objetivo:
Dessa forma, a escola Bauhaus não rejeitava a produção industrial, antes, tentava enriquecê-la a partir da estética.
Era uma iniciativa pioneira, já que na época, a maioria dos estabelecimentos de ensino de arte rejeitava os processos de produção industrial – com exceção de algumas poucas escolas de artes aplicadas.
O projeto da Bauhaus era bom, e até certo ponto, eficiente.
Vários artistas que se uniram à escola alguns anos depois de sua fundação, como Paul Klee e Wassily Kandinsky, encontraram na Bauhaus o ambiente ideal para a concretização de seus ideais artísticos e projetos.
O fechamento da escola Bauhaus
Infelizmente, depois de uma interminável “dança das cadeiras” protagonizada por diversos professores durante a existência da escola, o sucessivo corte de verbas pelo governo alemão (lembre que, na esfera política, a Alemanha estava com muitos problemas a resolver), a escola foi fechada em 1932, inviabilizando o ideal de Gropius, de uma aliança entre belas artes, artesanato e indústria.
Klee e Kandinsky, dois importantes professores da Bauhaus, em registro de 1929. Fonte da imagem: https://www.swissinfo.ch/por/10-anos-do-centro-paul-klee_klee—kandinsky
Obviamente, o fechamento da escola Bauhaus se deu também por razões políticas – Hitler detestava os ideais doa artistas da Bauhaus e muitos professores da instituição eram de ascendência judia ou eram sociais-democratas.
Numa última demonstração do ódio pela instituição, ele mandou confiscar todas as obras produzidas depois de 1910 dos museus nacionais, e juntou todas as obras dos integrantes da Bauhaus numa exposição que chamou de “arte degenerada”.
Os textos que acompanhavam as obras faziam pouco delas, e o público era convidado a zombar também.
Essa experiência nos mostra o quanto a arte tem, de fato, um viés político, que não pode ser ignorado.
Por um lado, a venda de obras de arte moderna na Alemanha se tornou praticamente impossível nesse período.
Por outro, a situação ajudou a gerar um novo tipo de mercado: muitos artistas passaram a emigrar para os Estados Unidos, onde além de poderem recomeçar suas vidas, também tinham diante de si um novo mercado consumidor.
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