A história do vinho em Portugal entrecruza-se com a própria história do país.
O vinho português é atualmente um produto de excelência, com caraterísticas únicas e de grande importância sob o ponto de vista económico.
A história do vinho faz parte da nossa história e do nosso Património Cultural.
Mas como começou a história do vinho em Portugal?
Vamos fazer um breve percurso por esta longa história com a Paula Thomas, autora do curso Vinho Português - uma visita guiada.
Era uma vez… vinho! Há 4000 anos!
História do vinho – a romanização e as invasões bárbaras
Tartéssios, fenícios, gregos, celtas, celtiberos, entre os séculos XX e IV antes de Cristo, plantaram vinha e introduziram castas no território que é hoje Portugal. Começa assim a história do vinho em Portugal.
Com a romanização no século II a.C. dá-se a modernização da cultura da vinha como a poda. O vinho é enviado a Roma onde a procura é superior à oferta.
Na mitologia romana, Baco (Dionísio para os gregos) era o deus das festas, do vinho, do lazer e do prazer.
Foi o último a chegar ao Olimpo e é filho de Júpiter e da princesa Sémele (neta de Zeus), sendo o único deus filho de uma mortal.
É geralmente representado sob a forma de um jovem risonho e festivo, com um cacho de uvas nas mãos ou uma taça de vinho.
Michelangelo — Bacchus. Museo del Bargello, Florence, Italy.
O vinho fermentava em talhas (ânforas) na época romana. A vasilha/talha/ânfora tem esta aparência:
Os bárbaros reforçam o cristianismo, o vinho torna-se então indispensável ao ato sagrado da comunhão.
História do vinho – na Idade Média
Na Idade Média, as guerras de reconquista cristã contra os mouros levam à destruição dos vinhedos.
Portugal é fundado em 1143 por D. Afonso Henriques e o território é reconquistado totalmente em 1249.
O arroteamento de terras ( preparação dos solos para a agricultura) permitiu a instalação de novas áreas de vinha e, para o seu cultivo, foram retomadas técnicas descritas pelos “Geopónicos” do tempo de Roma.
E as ordens religiosas estabelecem-se por cá (Templários, Cistercienses…). As ordens tornam-se centros ativos de colonização agrícola. A cultura da vinha propaga-se.
Mosteiro de Alcobaça, ordem de Cister, constituiu um dos polos de desenvolvimento agrícola e de atração populacional durante a Idade Média
O vinho entra então no regime alimentar do homem medieval. A sua importância provém do seu papel nas cerimónias religiosas.
Daí o interesse do clero, igrejas e mosteiros pelo cultivo da vinha. A produção de vinho aumenta fortemente e a exportação também.
Tapeçaria “Les Vendanges”, Musée de Cluny, 1ª metade do Séc. XVI
Fonte: https://www.musee-moyenage.fr/collection/oeuvre/les-vendanges.html
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História do vinho – a expansão marítima, até ao sec. XVIII
Os séculos XV e XVI são a época áurea da expansão marítima. Os navios que cruzavam os mares levavam muito vinho a bordo. O vinho dentro das pipas que passa o Equador é muito bom logo vendido caro.
Esse vinho especial é apelidado « torna-viagem ».
Lisboa era o maior centro de consumo e de distribuição de vinho do império. Os Descobrimentos levam o vinho português aos 4 cantos do mundo!
Em 1703 Portugal e Inglaterra assinam o Tratado de Methuen.
O Marquês de Pombal cria em 1756 a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. É a 1ª região demarcada do mundo.
História do vinho – do sec, XIX à atualidade
No século XIX surge a filoxera, um pulgão devastador que destrói as vinhas; apenas a região de Colares não será atingida devido ao seu solo de areia (pé franco).
A partir do último quartel do século XIX, a filoxera constituiu-se como a praga mais devastadora da viticultura mundial, alterando profundamente a distribuição geográfica da produção vinícola e provocando uma crise global na produção e comércio dos vinhos que duraria quase meio século.
Em 1907/1908 são criadas as DOC Madeira, Moscatel de Setúbal, Carcavelos, Dão, Colares, Vinho Verde.
Nos anos 50/60 surgem as cooperativas para ajudar os viticultores a organizarem-se. O objetivo é produzir grandes quantidades a granel.
Quando Portugal adere à CEE em 1986, é criado o IVV (Instituto da Vinha e do Vinho) para adequar a viticultura portuguesa às diretivas europeias.
O papel das comissões vitivinícolas é preservar a qualidade e o prestígio dos vinhos portugueses.
Isso traduz-se em 31 Denominações de Origem e 14 Indicações Geográficas.
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