A 4 de setembro de 1888 George Eastman patenteou a primeira câmara fotográfica com filme de rolo.
Nasce assim a Kodak nº1 e inicia-se a democratização da fotografia.
Quem se imagina, hoje, sem ter, na palma da mão, a possibilidade de tirar uma fotografia imediatamente, guardá-la ou partilhá-la no mesmo instante?
Temos então de agradecer a George Eastman que patenteou a primeira câmara fotográfica para amadores e lançou, há 134 anos, o princípio.
“Câmaras fotográficas para todos”
George Eastman
Em 1880, nos Estados Unidos, George Eastman começou a produzir negativos de vidro na cozinha da sua mãe.
À medida que as vendas cresceram, fundou a sua própria companhia – a Eastman Kodak Company – que se tornou uma poderosa multinacional da área da fotografia.
Desenvolveu ainda o conceito de câmara fotográfica, criando aparelhos mais simples e acessíveis e que produziam fotografias com uma qualidade bastante aceitável.
A Kodak nº 1
"Qualquer um pode usá-la: Nenhum conhecimento de fotografia é necessário".
Em 1888, George Eastman apresentou uma máquina fotográfica de utilização muito mais simplificada.
Abriu assim a fotografia a um público vasto e amador.
A patente da primeira máquina de rolo, a Kodak nº 1, a 4 de setembro de 1888, foi assim o marco histórico na democratização da fotografia.
A Kodak nº 1 tinha um foco e exposição fixos e era vendida com um rolo de papel para 100 fotografias (Eastman American Film), em formato circular com 63mm de diâmetro.
Kodak nº 1 – a primeira câmara para amadores lançada pela companhia de Georges Eastman.
1,2,3 – fotografar…
O processo das câmaras Kodak era limitado a 3 operações: armar o obturador, avançar a película e disparar.
Fotografar passou a ser encarado como algo muito mais acessível e fácil e os fotógrafos amadores aumentam em número, tal como as vendas.
Como funcionava a revelação
Uma vez o rolo exposto, era enviado para a fábrica onde era revelado e os negativos impressos em papel (mais tarde em película).
A câmara era devolvida ao dono com um novo rolo, assim como as provas e os negativos do anterior, devidamente processados.
Publicidade da câmara Kodak nº 1 – "você carrega no botão, nós fazemos o resto".
O sucesso
Em 1889, Eastman lança a Kodak nº 2, que produzia igualmente imagens circulares, mas de 89mm de diâmetro.
Em meados da década de 1890 já tinham sido comercializadas 100.000 câmaras Kodak.
Graças a este sucesso o preço das câmaras vai baixando e em 1900 a Kodak lança a Brownie, uma câmara para crianças que produzia 6 fotografias e custava apenas 1 dólar.
Vendeu cerca de 250.000 exemplares em apenas um ano.
Este sucesso foi acompanhado e seguido por outras empresas, na Europa.
Em Inglaterra – pela Ilford.
Em Itália – pela Ferrania.
Na Bélgica – pela Gevaert.
Em França – pela Lumiére.
Na Alemanha – pela Agfa.
Isto foi apenas o início da democratização da fotografia.
As câmaras fotográficas foram-se adaptando ao longo da história.
Tornaram-se cada vez mais compactas, mais fáceis de utilizar.
O processo de revelação das fotografias também se foi sucessivamente tornando mais simples e rápido.
O caminho até à fotografia digital ainda levou algumas décadas.
Podemos dizer que a fotografia digital começou com a criação do CCD, na Bell Labs, por dois inventores, George Smith e Willard Boyle, em Outubro de 1969.
Um sensor de imagem CCD, de máquina fotográfica digital.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CCD_sensor.JPG
Elaboraram o esboço base da estrutura do CCD, definindo os seus princípios operativos e as suas aplicações (em que se incluía a reprodução de imagem e memória).
Em 1970, os Laboratórios Bell incorporaram o CCD na primeira câmara de vídeo.
Cinco anos depois, mostraram ao público a primeira câmara CCD com imagem de qualidade suficientemente boa para a difusão televisiva.
Os CCD rapidamente revolucionaram a fotografia e a sua acessibilidade.
Permitiram ainda inovações no campo da ciência, nomeadamente da medicina e astronomia.