Fotografia pré rafaelita – a extraordinária Julia Margaret Cameron

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A artista inglesa vitoriana Julia Margaret Cameron (que na verdade nasceu na Índia e foi criada em França) foi uma representante insubstituível da fotografia pré rafaelita .

Com um olhar atento, Julia produziu retratos de profunda sensibilidade, marcados pela dramaticidade que conseguia imprimir a cada cena.

Ao contrário de artistas que iniciaram suas carreiras muito cedo, ainda perto da adolescência, Julia Margaret Cameron começou seu percurso artístico aos 48 anos.

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Fotografia Pre rafaelita The Rosebud Garden of Girls (O Jardim do Roseiral das jovens), Julia Margaret Cameron , 1868

Fotografia Pré rafaelita – Julia Margaret Cameron, The Rosebud Garden of Girls, 1868, Indianapolis Museum of Art at Newfields.

A irmandade Pré rafaelita

Tudo começou quando a sua filha lhe ofereceu uma máquina fotográfica. Julia tornou-se uma fotógrafa dedicada e começou a encenar cenas alegóricas referentes à mitologia, à literatura e à história.

Essa era uma tendência que se alinhava bem com a Irmandade Pré Rafaelita . A fotografia pré rafaelita seguia os mesmos princípios.

Em poucas palavras, o movimento defendia um retorno à natureza e uma forma de fazer arte que se opunha à velocidade da industrialização.

Os pintores italianos do início do Renascimento que vieram antes de Rafael, como Botticelli, inspiraram o seu estilo.

Fotografia pre rafaelita

Fotografia Pré rafaelita – Julia Margaret Cameron, King Lear Allotting His Kingdom To His Three Daughters, 1872, Victoria and Albert Museum

 

Na fotografia acima, por exemplo, ela reencena uma tragédia de William Shakespeare. Ele é um dos autores favoritos dos pré rafaelitas.

O tema desta fotografia é a divisão do reino do Rei Lear entre as filhas Regan e Goneril, e a exclusão de sua irmã Cordélia da herança. Um tema dramático na fotografia pré rafaelita de Julia Margaret Cameron.

Fotografia pré rafaelita – Julia Margaret Cameron

As fotografias de Júlia deliciam-nos com a meticulosidade dos pormenores.

Recrutava os seus amigos e familiares, e até os seus empregados, para serem os seus modelos. Uma das sobrinhas de Júlia, Laura Gurney Troubridge, afirma que a tia era imprevisível e que nunca sabiam bem o que esperar das suas fotografias.

No entanto, confiavam plenamente nela: quando Julia lhes pedia para ficarem quietas, elas ficavam, mesmo que isso demorasse horas.

Uma vez que era bastante abastada e possuía uma rede de contactos bem estabelecida, as suas fotografias incluem muitas celebridades do seu tempo, artistas e até cientistas.

fotografia pre rafaelita The Parting of Lancelot and Guinevere
Fotografia pré rafaelita – Julia Margaret Cameron, The Parting of Sir Lancelot and Queen Guinevere, 1874, Musée d’Orsay

Reis e Rainhas na fotografia pré rafaelita

O tema dos “Reis e Rainhas” era recorrente nas obras de fotografia pré rafaelita de Cameron. E, claro, como era comum na altura, o Rei Artur era frequentemente um convidado na sua arte.

Fotografia pre rafaelita

Julia Margaret Cameron, So like a Shatter’d Column Lay the King’ (TA Paixão de Artur), 1875, Victoria and Albert Museum

 

No caso das duas fotografias acima, Julia recebeu uma encomenda do poeta Alfred Tennyson, que escreveu o livro Idylls of King, baseado nas lendas do Rei Artur.

Este pediu-lhe que fizesse as ilustrações fotográficas para o livro. Em resposta ao pedido, a artista produziu uma série de 25 história da fotografia curso online fotografias que acompanham os poemas.

Júlia esforçou-se muito para obter um bom resultado. Por exemplo, utilizou tecido por cima da objetiva para criar a “atmosfera enevoada”. Também prestou muita atenção aos figurinos.

Em 1864, no mesmo ano em que começou a fotografar, Julia tornou-se membro da Sociedade Fotográfica de Londres e da Escócia.

Um ano depois, fez a sua primeira exposição individual no Victoria & Albert Museum (que na altura ainda se chamava South Kensington Museum).

A técnica na fotografia pré rafaelita

Um dos aspectos mais interessantes do trabalho de Cameron, no entanto, é a forma como ela preferia manter as manchas e outros “erros” na impressão final.

Leia o artigo: Como identificar fenómenos em fotografia que parecem danos.

Na altura, os críticos consideravam que era obrigação dos fotógrafos eliminar os defeitos das suas obras. Cameron, porém, não se importava. As manchas e os riscos na imagem faziam parte da estética de Julia.

Julia Margaret Cameron’s Working Methods no Victoria and Albert Museum.

A produção de Cameron decorreu ao longo de uma década e só diminuiu quando ela se mudou com a família para o Sri Lanka, em 1875.

Faltavam-lhe materiais para revelar as fotografias e também não se adaptou bem à nova comunidade. Apesar disso, Júlia deixou um número impressionante de fotografias e registou-as todas com muito cuidado.

É sobretudo graças à sua coleção bem organizada que hoje temos acesso às suas obras.


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