Neste artigo vamos refletir sobre o que é uma exposição virtual e o que significa em termos da apreciação de obras de arte.
Será uma substituição ou um complemento e um incentivo?
A exposição virtual
Há dez ou vinte anos era preciso sair de casa para ver um quadro exposto numa galeria ou museu.
Excluída essa possibilidade, era necessário procurar a referência da obra em livros especializados de Arte.
Hoje basta o deslizar do dedo numa tela para apreciar trabalhos produzidos nas mais diversas épocas da história da humanidade.
É preciso somente um toque para verificar o autor, descobrir obras relacionadas, analisar o contexto histórico e saber detalhes técnicos.
A exposição virtual e os museus
O Museu Guggenheim, o Museum of Modern Art – MoMA, em New York, o Tate Galery, em Londres, são apenas 3 exemplos dos inúmeros museus pelo mundo que publicam exposições virtuais e bases de dados sobre as obras que pertencem à sua coleção.
Para além das coleções abordam aspetos relacionados com os próprios museus, isto é com o edifício em si.
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Maior acessibilidade da arte
Esta suposta acessibilidade provoca algumas questões.
A primeira diz respeito à própria obra de arte em si.
Estará, de facto, mais próxima do espectador, do ponto de vista da produção do conhecimento?
Surgem aqui algumas questões.
A primeira respeita à quantidade de informação disponibilizada sobre uma obra de arte.
Caberá ao recetor filtrar toda a informação recebida e estabelecer os seus próprios parâmetros de apreciação.
Por vezes esta tarefa não é fácil dada a enorme quantidade de dados e informações disponíveis.
A segunda respeita à apreciação estética da obra de arte enquanto mera fruição.
Uma obra de arte pode tocar-nos, emocionar, inspirar ou deixar-nos indiferentes.
Poderá esta relação emocional com a obra de arte ser posta em causa pela prévia informação forçosamente formatada por padrões académicos ou históricos?
Ou, pelo contrário, esta informação vai conduzir a uma melhor e mais profunda apreciação pessoal?
Estas questões ficam no ar mas, sem dúvida, que a exposição virtual é a forma de globalizar e tornar acessível a arte para todos.
Exposição virtual – os novos desafios
A pandemia de Covid 19 trouxe novos problemas, mas também novos desafios para museus, galerias e todos os curadores de arte.
A impossibilidade de visitas físicas a exposições e museus ou, quando possível, a restrição do número de pessoas e as regras de segurança colocaram sérios problemas de organização.
Mega exposições com milhares de visitantes ou filas intermináveis serão coisas do passado?
A imagem abaixo, publicada no New York Times em novembro de 2020, já não faz parte da nossa realidade?
Credito – Elliott Verdier for The New York Times
O que já era tendência – as exposições digitais – como alternativa às visitas físicas, tornou-se a forma de comunicar sobre a arte por excelência.
Exposição Virtual
Como consequência, as exibições digitais multiplicaram-se, a uma taxa nunca vista e nunca esperada.
Os museus estão entre as instituições mais afetadas pela pandemia, em alguns casos com consequências catastróficas e encerramento.
E foram os primeiros a usar ferramentas digitais para comunicar e exibir arte.
Desde exposições digitais via Google Arts & Culture à digitalização completa de coleções, incluindo visitas a exposições físicas em vídeo e explicadas por curadores, temos acesso a inúmeras novas formas de comunicação digital.
Exposição virtual – o desafio da curadoria de arte
Os desafios da curadoria de arte são imensos e nunca antes a imaginação, a ousadia e a capacidade de inovação foram tão importantes para os curadores de arte.
Mas há uma coisa que não mudou: uma exposição de arte, seja qual for seu formato, é sempre um projeto de comunicação.
Por mais interessantes e atraentes que sejam as ferramentas digitais utilizadas, uma exposição exige sempre um trabalho prévio rigoroso:
– investigação
– definição de temas e objetivos
– definição de públicos-alvo
– programação
– escolha da equipe e “obras”
– montagem (embora virtual, a escolha de ferramentas digitais e métodos adequados é muito importante)
– divulgação
– receção de visitantes
– monitorização e avaliação de resultados
O papel do curador de arte agora também passa por produzir exposições em formato digital.
Mas sempre levando em consideração o projeto expositivo.
O uso de ferramentas digitais, aparentemente simples, exige ainda mais trabalho, atenção e rigor por parte dos curadores de arte.
Curso online de Curadoria de arte
No final do curso curadoria de arte os participantes ficarão a saber como organizar uma exposição de arte nas suas várias fases, desde o planeamento inicial até à avaliação:
- o que é uma exposição;
- qual a função e tarefas do curador de arte e da equipa de curadoria de arte ;
- planear e programar uma exposição de arte;
- realizar a montagem de uma exposição e a sua avaliação;
- estabelecer os meios adequados para comunicar com os públicos;
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