conservação preventiva em bibliotecas e arquivos | o que é conservar?
Antes de tudo é importante refletir sobre ” o que é conservar”
O que é “Conservar”? Uma rápida pesquisa no dicionário informa-nos que conservar se traduz por “Manter [algo] em bom estado”.
Poderemos, portanto, considerar a Conservação como sendo uma disciplina que abrange diversos níveis de intervenção, cada um com determinadas especificidades, tendo todos eles como finalidade preservar um ou vários objetos.
As intervenções de conservação preventiva em bibliotecas e arquivos têm como principal objetivo criar condições que ajudem a evitar a ocorrência de danos ou perdas nos bens e contribuir para abrandar o ritmo de envelhecimento dos materiais.
Alguns exemplos de intervenções de conservação preventiva são:
– a higienização de livros/documentos e dos espaços onde estes circulam e são armazenados;
– o correto manuseamento e acondicionamento de livros e documentos;
– o controlo das condições ambientais envolventes, tal como os níveis de temperatura e humidade relativa do ar.
Apesar das intervenções de conservação preventiva em bibliotecas e arquivos geralmente não produzirem resultados visíveis nas peças, estas ações de prevenção são absolutamente essenciais para manter as coleções em bom estado, evitando danos, perdas e gastos desnecessários com intervenções mais profundas e intrusivas.
De seguida vamos sistematizar as 5 áreas de atuação mais importantes da conservação preventiva em bibliotecas e arquivos.
conservação preventiva em bibliotecas e arquivos | áreas de atuação
Embora seja muito difícil eliminar totalmente os agentes que intervêm ou despoletam processos de degradação em livros e documentos, é possível travar ou diminuir o ritmo da sua ação através da adoção de um conjunto de boas práticas de conservação.
Estas práticas de conservação preventiva em bibliotecas e arquivos abrangem os seguintes aspetos:
Manuseamento e transporte
Acondicionamento
Manutenção e limpeza
Gestão integrada de pestes
Gestão ambiental:
Temperatura e Humidade Relativa
Luz e radiações invisíveis
Poluentes e contaminantes
De seguida vamos ver estes 5 aspetos fundamentais para a conservação preventiva em bibliotecas e arquivos com maior detalhe
O manuseamento abrange todas as ações que implicam tocar num documento.
Por exemplo, o simples ato de retirar um livro de uma estante deve ser realizado com cuidado a fim de não causar eventuais danos.
Em muitas bibliotecas e arquivos públicos, onde que há grande circulação de livros e documentos, a melhor forma de os conservar é prevenindo a ocorrência de danos.
Para isso é muito importante levar a cabo ações de sensibilização, junto de todos aqueles que contactam com livros/documentos, para que tenham alguns cuidados básicos que irão ter grande impacto na conservação destes bens.
A existência de regras ou regulamentos de manuseamento é igualmente importante e estas devem ser amplamente comunicadas tanto internamente como ao público.
Deve promover-se a limpeza regular não só dos livros e documentos mas também dos espaços de arrumação.
Idealmente deveriam realizar-se rondas trimestrais para verificar a situação dos livros e documentos, sobretudo dos menos consultados.
GESTÃO INTEGRADA DE PESTES
É possível ocorrerem pragas de insetos, roedores ou outros animais, assim como desenvolverem-se fungos e bactérias nos espaços de armazenamento, onde podem provocar um elevado grau de degradação em livros e documentos.
Exemplo de inseto xilófago
A gestão integrada de pestes, uma prática cada vez mais comum em bibliotecas, arquivos e museus, baseia-se em quatro procedimentos fundamentais:
– monitorização,
– identificação,
– prevenção,
– controlo.
GESTÃO AMBIENTAL
A gestão ambiental passa sobretudo pela monitorização das diferentes condições ambientais.
Como forma de garantir a preservação de acervos bibliográficos e documentais a longo prazo, é fundamental conhecer o comportamento ambiental dos espaços onde estes estão armazenados.
Para isso, existem diversos tipos de aparelho de monitorização a que se pode recorrer.
A monitorização implica a escolha dos aparelhos adequados a cada tipo de situação que se pretende monitorizar e a sua manutenção.
Por exemplo, para a monitorização da humidade relativa existem vários aparelhos auxiliares da conservação preventiva em bibliotecas e arquivos
O controle ambiental abrange ainda a análise dos registos efetuados e a tomada de ações de prevenção ou de adequação dos níveis ambientais (estamos a falar por exemplo de colocação de desumidificadores, cortinas de proteção contra raios UV, etc).
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