Apresentamos 2 das mais fascinantes obras de arte do Romantismo e dois dos maiores mestres da pintura – Francisco de Goya e Eugéne Delacroix.
Texto de Diana Ferreira, autora do curso Interpretação de obras primas do Sec. XVIII e XIX.
Obras de arte do Romantismo - O 3 de maio de 1808
Francisco de GOYA y Lucientes (Fuendetodos, 1746 – Bordéus, 1828) pintor e gravador espanhol da corte de Carlos III e Carlos IV.
Foi um dos maiores artistas do seu tempo, multifacetado e anunciador da arte moderna.
Obras de arte do romantismo – O 3 de Maio de 1808
Esta que é uma das grandes obras de arte do romantismo e foi realizada em 1814, em óleo sobre uma tela de 268 por 347 centímetros, é uma das jóias do Museu do Prado em Madrid.
Esta pintura faz parte de um período entre 1810 e 1814 em que Goya pintou desastres de guerra.
Pouco tempo após a derrota de Napoleão, a 9 de março de 1814, o Conselho convidou Goya a pintar os episódios mais gloriosos da rebelião espanhola contra o tirano europeu.
O artista optou por realizar duas grandes telas sobre a revolta de Madrid contra as tropas francesas do general Murat que ocuparam Espanha.
A execução desta obra ocorreu seis anos após a vingança terrível das tropas francesas do dia 3 de maio, quando executaram de noite dezenas de patriotas espanhóis, lutadores pela liberdade, e espetadores inocentes, em Madrid junto do palácio da Moncloa no monte do Príncipe Pio.
Goya presenciou o acontecimento e nesta tela deixou a sua impressão pessoal do ambiente sentido naquela noite de chacina.
Esta pintura é uma das grandes obras de arte do romantismo e um marco na história da arte europeia.
Francisco de Goya com esta e outras das suas obras de arte do romantismo estabeleceu uma ponte entre o academismo e a pintura moderna.
Os últimos anos de Francisco de Goya
Acometido por surdez e por perturbações mentais, as últimas obras de Francisco de Goya refletem um espírito ansioso e perturbado pintando obras que refletem o sofrimento humano.
Obras de arte do Romantismo - A liberdade guiando o povo
Ferdinand Victor Eugène DELACROIX (Charenton-Saint Maurice, 1798 – Charenton, 1863) foi o pioneiro e principal expoente da pintura romântica francesa e da sua nova escola, que causou uma revolução na arte, inspirando toda uma geração futura de pintores.
Obras de arte do romantismo – A Liberdade Guiando o Povo (28 de julho de 1830)
Foi um artista original e inovador e, ao mesmo tempo ligado à tradição.
Um colorista que nos deixou imensas obras-primas, onde a mais famosa continua a ser “A Liberdade Guiando o Povo (28 de julho de 1830)”, uma das grandes obras de arte do romantismo realizada em 1830, em óleo sobre uma tela de 260 por 325 centímetros, exposta no Museu do Louvre em Paris.
Uma obra popular que viria a tornar-se na imagem de muitas revoluções vindouras!
O contexto histórico
O rei Carlos X tinha desrespeitado a constituição francesa e tentado reinstalar a monarquia absolutista, através da dissolução do parlamento e da restrição da liberdade de imprensa, o que conduziu à sangrenta revolta popular de 1830.
A 27 de julho desse mesmo ano, o povo parisiense oriundo de todas as classes sociais estava revoltado – incluindo pela primeira vez os trabalhadores – manifestando-se contra o rei e as tropas reais, em busca de mudança. Nestes tumultos que se transformaram imediatamente em revolução, várias pessoas morreram para alcançar a queda do monarca e evitar novamente o absolutismo.
Pode saber quem são as personagens desta que é uma das mais importantes obras de arte do romantismo neste artigo.
A figura da Liberdade
Delacroix decidiu perpetuar esse momento numa tela onde representou os acontecimentos dramáticos e sangrentos da revolução de julho de 1830 (dia 27 a 29, conhecidos como os Três Dias Gloriosos), onde se perderam muitos homens com vontade de defender a sua nação.
A revolução não teve um cabecilha, por isso Delacroix pintou a alegoria da liberdade a guiar o povo, uma figura feminina seminua e descalça, como se de uma escultura grega se tratasse, com um barrete jacobino, segurando uma baioneta e erguendo a bandeira tricolor.
Aprenda a analisar e interpretar as obras de arte do romantismo e do classicismo que marcaram de forma definitiva o ruma da arte ocidental.
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Diana Ferreira
Licenciada em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e mestre em Museologia em Espanha (Valladolid).
Trabalhou na Galleria Nazionale d’Arte Moderna di Roma e na direção da Galleria dos Uffizi, em Florença.
Bolseira diversas vezes com projetos de estudo e trabalho em Itália e Espanha, foi formadora e professora responsável pela disciplina de História da Arte no Porto, e de Introdução à História da Arte, Iconografia e História da Arquitetura, na Academia de Arte em Florença.
Em 2014 publicou o livro Guia dos Tesouros Arquitetónicos. Lisboa, Chiado Editora, 2014, fruto de uma investigação aprofundada sobre os temas.