Dadaismo ou Movimento Dada
O dadaismo surgiu na Suíça, em plena Primeira Guerra Mundial.
Durante este período, a Suíça manteve-se neutral, acabando por albergar numerosos intelectuais, que pretendiam ali refugiar-se dos horrores da guerra.
A força criadora é densa e, fruto do ambiente de conflito, é caracterizada pela revolta e pelo niilismo.
O Cabaret Voltaire, em Zurique, foi o lugar de reunião dos artistas que viriam a criar o Dadaísmo.
Placa Cabaret Voltaire
Alguns destes artistas: Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Harp.
O grupo pretendia ser mais uma reacção à sociedade burguesa do que estilo artístico per se.
Ao invés dos movimentos de vanguarda antecedentes, cuja designação explicava de alguma forma a sua essência criadora, Dada não tenta criar um estilo e não quer (de modo nenhum) satisfazer o público.
O Dadaísmo atribui poder ilimitado ao artista, que pode fazer de qualquer material, objecto ou amálgama do que seja, a sua obra de arte – tudo em prole da busca por uma reacção do público.
Pintura das Vanguardas: Movimento Dada, Surrealismo, Pintura Metafísica e Abstracionismo
Curso online com certificado
O Manifesto Dadaísta de 1916 determina as linhas-guia do movimento:
- Retorno do artista ao trabalho artesanal;
- Anonimato do artista dentro da comunidade;
- Fim do compromisso arte/mercado;
- Sínteses de todas as artes na arquitectura;
- Estímulo individual no ensino da arte.
Os processos de desconstrução e destruição da imagem foram usados com o propósito de recriar.
O artista Dada era convidado a usar a sua imaginação ao nível mais extremo e absurdo, dando força a uma fonte de imaginação inesgotável, perfeitamente espontânea, primitiva e, até, inconsciente e irracional.
É daí que surgem as novas propostas técnicas dos dadaístas, que, a fim de melhor explorar o incongruente e o inusitado, fizeram uso de:
- Ready-made (usado por Marcel Duchamp e consistindo na descontextualização de um objecto do seu local original e próprio para outro, puramente estético).
- Object trouvé (em francês: objecto encontrado; é um elemento tridimensional aleatório – como botões, caixas de fósforos, arames, cordéis, etc. –, colado sobre a tela e, por vezes, combinado com colagens).
- Merzbilder (usado por Kurt Schwitters, define uma obra composta por vários elementos díspares e casuais retirados do quotidiano e reunidos numa tela, à qual o artista acrescenta cor)
Das Undbild, 1919, Staatsgalerie Stuttgart
- Fotomontagens (integração de diferentes imagens fotográficas).
- Rayographs (fotografia off camera de Man Ray: fotografias executadas sem máquina fotográfica, o artista utiliza apenas papel sensibilizado em contacto directo com os objectos).
- Collage (reinvenção e combinação de papéis de natureza diversa – jornais, revistas, fotografias, bilhetes de espectáculos, etc. – e combinados com objects trouvés).
Conheça algumas das técnicas Plásticas utilizadas pelos artistas do dadaismo
Autoria: Yolanda Silva