Neste artigo vamos ver quais as principais características do barroco e, de forma sintética, como se expressam na pintura, na escultura e na relação destas com a arquitetura.
Textos baseados nos cursos online Um Roteiro do Barroco e Guia de Tesouros Arquitetónicos III, respetivamente da autoria de Teresa Campos dos Santos e Diana Ferreira.
Imagem de capa: Glória de São Francisco Xavier”, de Giovanni Andrea Carlone, na Capela de São Francisco Xavier, igreja jesuíta Il Gesù (1568-75), em Roma. Esta, do arquiteto Giacomo Barozzi da Vignola, é considerada a primeira manifestação artística do barroco. Fonte: wikimedia.
o nascimento do barroco
O estilo Barroco nasce em Roma, centro da vida artística e sede do governo pontifício, nos finais do século XVI até ao XVIII e o seu termo, do português “pérola irregular”, designava um tipo de pérolas encontradas no Oriente. Para além da arquitetura, da escultura e da pintura, a sua manifestação abordou a música, a moda, a literatura, a joalharia e o mobiliário, entre outras áreas.
Surgiu com a Contrarreforma Católica (contra a reforma protestante), numa época de profunda crise da Igreja, de inícios do século XVI.
Este contexto contribuiu para a definição das principais características do barroco que foi utilizado como meio de propaganda religiosa e doutrinação católica.
Fê-lo através de igrejas cheias de beleza e esplendor com obras pictóricas e escultóricas comoventes, que decoravam os espaços religiosos. O seu cariz cénico, com temas de martírios, êxtases e horrores da história da religião católica, era enfatizado por jogos de luz e sombra e pelos gestos e expressões faciais das personagens, onde reinava o sofrimento, provocando emoções e estimulando a fé e o sentimento místico nos observadores.
Através desta arte extravagante e rica em invenções e efeitos teatrais, – como por exemplo a iluminação desigual, a utilização de sanefas, cortinas e púlpitos para fazerem as homilias que se assemelhavam aos camarotes – deveria apelar à sensibilidade e não à razão.
Assim sendo, a Igreja torna-se novamente o mecenas mais importante, e Roma a metrópole da arte, atraindo artistas de todo o mundo.
Em síntese