O que é a cor na Arte?

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O que é a Cor e como devemos olhá-la em presença de uma obra de arte?

Baseado nos cursos Análise de obras de arte e História dos pigmentos na arte.

A cor é um elemento fundamental na arte, desde  a pré-história até à época contemporânea.

Se pensarmos sobre o que é a cor na história da arte verificamos que a sua função ultrapassa largamente o aspeto estético funcionando como código, marcador social, forma de identificação iconográfica … E transmitindo emoções e sentimentos.

A cor evoluiu com a própria evolução da sociedade, acompanhando a estética e a filosofia e estando sempre ligada à disponibilidade geográfica dos pigmentos que lhe dão origem e ao desenvolvimento técnico e científico.

Neste artigo vamos explorar o que é a cor e como devemos analisar a cor em presença de uma obra de arte:
1 - O que é a cor

2 - O que é a cor como código

3 - As caraterísticas da cor na arte

4 - A origem da cor - os pigmentos

1 – O que é a cor ?

Antes de mais vejamos de forma sintética o que é a cor

2 – O que é a cor enquanto código

As cores são utilizadas como símbolos ou códigos nas mais variadas circunstâncias. Estes códigos de Cor, uma vez instituídos, passam a constituir uma nova linguagem para um grupo mais ou menos alargado de pessoas.

Podemos então dizer que a cor é um meio de comunicação.

O exemplo mais conhecido será o dos semáforos (verde, amarelo, vermelho) mas outros existem. Vamos ver um caso. O da identificação das épocas litúrgicas da Igreja católica. iconografia de jesus e maria - menino jesus

As cores dos diferentes momentos do ano litúrgico.

No final do século XII, o papa Inocêncio III estabeleceu regras quanto às cores a utilizar nas diversas ocasiões do ano litúrgico:

– branco – dias de festa, consagrações, coroações e acontecimentos importantes;

– vermelho – significando sangue, seria usado para a Paixão de Cristo e martírios dos Apóstolos e outros Santos;

– verde – momentos definidos antes da Quaresma e depois da Santíssima Trindade;

 brocado de ouro – substituía o branco, o vermelho ou o verde;

– violeta e preto – significavam luto, sendo o preto para funerais e missa de defunto e o violeta para penitência (hoje em dia, o violeta substituíu totalmente o preto).

3 – O que é a cor na Arte?

 A Cor é luz refletida sobre os objetos. Análise iconográfica e simbólica - cursos online

Tem como características principais: matiz, saturação, luminosidade e brilho.

Podemos, ainda, descrever a cor como quente ou fria, dependendo do lado do espectro a que pertence.

Saturação

Refere-se à definição da intensidade da cor.

Os artistas usam a saturação da Cor para criar diferentes humores: por exemplo, cores mais escuras sugerem falta de luz (noite ou cena de interior), e cores escuras podem frequentemente dar uma sensação de mistério.

Uma cor clara está associada a uma fonte de luz ou à própria luz reflectida na composição (como uma lamparina, por exemplo).

 

o que é a cor Saint Severin Delaunay Saint-Séverin No. 2, Robert Delaunay (Instituto das Artes de Minneapolis, EUA)

Brilho

Descreve a pureza ou a força de uma cor.

Cores brilhantes são não diluídas e são frequentemente associadas com energia positiva e emoções intensas.

Cores mais «apagadas» foram diluídas, misturadas com outras cores, criando um ambiente mais grave, solene ou calmo.

Em pintura a utilização de uma “mancha” de Cor é frequentemente utilizada pelos artistas para chamar o observador para a figura principal da cena.

Nestas duas representações da Anunciação podemos observar que o manto colorido pretende chamar a atenção para a personagem principal – Maria.

É interessante notar a diferença no impacto visual causado pelas cores numa e noutra pintura (vermelho: paixão e sentimento; e azul: calma e pureza).

Imagem Cor 2

Anunciação, Orazio Gentilleschi, 1623

 

ImagemCor 3

Ecce Ancilla Domini ,Anunciação, Gabriel Rossetti, 1850

4 – A origem da cor – os pigmentos

Para respondermos à questão o que é a cor na arte devemos igualmente pensar um pouco sobre a sua origem, sobre a forma como os artistas obtém as cores utilizadas nas suas obras. História dos pigmentos na arte curso online

A resposta está nos pigmentos

Obtidos a partir de diversas origens ao longo da história da arte, com diferentes composições físicas e químicas, naturais ou sintéticos, os pigmentos são as pequenas partículas que, uma vez misturadas num “meio”, permitem aos artistas utilizar a cor nas suas obras de arte.

Os pigmentos na arte apresentam-se sob a forma de pó ou grânulos e são misturados com vários meios de ligação, como óleos, água, resinas ou outros.

Esta combinação de pigmento e meio cria a tinta ou material de coloração a aplicar na superfície para criar uma obra de arte ou colorir um objeto.

As características dos pigmentos incluem:

  • Origem: podem ser de origem natural, como minerais, plantas e animais, ou sintéticos, feitos pelo homem.
  • Propriedades: Cada pigmento tem propriedades únicas, como a cor, a opacidade, a transparência, a solidez, a estabilidade e o brilho.
  • Combinação: os pigmentos podem ser combinados entre si para criar novas cores ou efeitos.
A capacidade técnica para a manipulação destes fatores tem sido fundamental para a criação de obras de arte ao longo da história e para a transmissão das mensagens estéticas e emocionais que os artistas pretendem transmitir.

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