A limpeza de pedra é talvez a ação mais importante na conservação e restauro de edifícios históricos porque é a primeira intervenção e porque, embora possa parecer uma operação relativamente simples, exige uma grande capacidade técnica e preparação.
A limpeza de pedra em edifícios históricos pode pôr em risco a integridade da obra original se não for efetuada de acordo com os princípios éticos da conservação e do restauro.
Tudo o que for removido durante a limpeza de pedra não pode ser recuperado
Neste artigo, vamos abordar 9 aspectos a ter em consideração antes de qualquer operação de limpeza de pedra em edifícios históricos .
Baseado no Curso Online Conservação e Restauro de Pedra
É de salientar mais uma vez que tudo o que é removido numa operação de limpeza de pedra não pode ser substituído.
Esta irreversibilidade das intervenções obriga a que os métodos de limpeza de pedra sejam particularmente ponderados, tendo em conta uma série de fatores.
1 – Caraterísticas da Pedra
É importante conhecer as características da pedra em questão e avaliar a sua resistência a um determinado método de limpeza.
Por exemplo, os calcários muito macios devem ser limpos com métodos suaves porque a sua ductilidade significa que são menos resistentes.
Do mesmo modo, os mármores coloridos – com uma forte presença de minerais – não devem ser submetidos a uma limpeza química.
E, claro, qualquer trabalho de limpeza de pedra em edifícios históricos deve ser precedido de testes prévios.
2 – Saúde da Pedra
Antes da limpeza de pedra é importante verificar se a pedra está saudável.
Ou se o substrato está a sofrer alterações que exigem um maior cuidado na intervenção ou até, em certos casos, a opção de “não intervenção“.
3 – Tipo de patologias / sujidades
São um fator determinante na escolha do método ou métodos de limpeza de pedra e na sua eficácia.
As patologias geralmente coexistem, pelo que é frequentemente necessário considerar a utilização de diferentes métodos desde o início.
Nomeámos os factores intrínsecos a ter em consideração na limpeza de pedra em edifícios históricos.
No entanto, os aspectos a considerar não se ficam por aqui, como veremos de seguida
4 – O valor histórico e artístico
Estamos a falar de um monumento ou de uma estátua protegidos ou classificados?
De cantarias de um edifício classificado ou de uma zona histórica classificada?
Existem normas legais ou regulamentos municipais aplicáveis?
Existe alguma regulamentação legal ou municipal aplicável?
Todas estas questões terão de ser respondidas antes da intervenção de limpeza de pedra.
5 – A função futura
As pedras a limpar serão utilizadas frequentemente?
Estão num edifício funcional com tráfego intenso? Ou destinam-se apenas a uma fruição estética?
6 – Tempos de intervenção
Os trabalhos de conservação e de restauro são geralmente bastante longos.
Este aspeto terá de ser considerado sobretudo no caso da adaptação de edifícios a funções com um retorno económico esperado dentro de um determinado prazo.
Por exemplo, na adaptação de um edifício a um hotel, a um condomínio ou a um centro de eventos.
7 – Articulação com trabalhos de outras especialidades
Especialmente nas obras de reabilitação de edifícios este aspeto é particularmente importante, quer em termos de prazos e calendários de execução, quer pela necessidade de salvaguardar os trabalhos de conservação de futuros danos causados por outras especialidades (pintura, colocação de janelas, etc.).
8 – A envolvente
Existem restrições à utilização de determinados métodos na zona?
Estão salvaguardados eventuais incómodos para vizinhos ou logistas?
9 – Orçamento
Este é um aspeto inevitável na escolha de um método de intervenção e que deve ser considerado desde a fase de projeto.
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