1907. O objetivo era a produção de fotos coloridas.
A evolução dos processos fotográficos foi rápida nas décadas anteriores. O objectivo final assumido agora pelos fotógrafos era a produção de fotos coloridas. Foram desenvolvidas algumas técnicas, com mais ou menos sucesso. Mas a solução para muitos fotógrafos continuou a ser colorir à mão uma prova preto e branco de qualidade.
O Autochrome chega ao mercado em 1907. Conheça esta grande evolução na história da fotografia. | Autoria: Yolanda Siva, do curso online História da Fotografia.
Autochrome de um avião Nieuport 23 C1. Prova em Autochrome da companhia Lumière, datada de 30 de Maio de 1917.
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Nieuport_23_C.1.jpg
Fotos coloridas – o Autochrome
Um Autochrome é uma chapa de vidro sobre a qual se estendem minúsculos grãos transparentes de cores laranja, verde e violeta, sobrepostos a uma prova positiva de uma fotografia a preto e branco.
Fotos coloridas – método de fabrico do autochrome
O método de fabrico era este: grãos de amido de batata corados de tamanho milimétrico (um milímetro quadrado era ocupado por aproximadamente 7’000 grãos) eram misturados em proporção certa e espalhados sobre o vidro, formando uma camada muito fina.
De seguida, procedia-se à sua cobertura com uma camada de verniz impermeável, que os protegia durante o banho de processamento. A cor geral resultante era neutra, distinguindo-se a granulação colorida.
Depois do banho, a chapa era coberta por uma emulsão pancromática e, para realizar a fotografia, era colocada na câmara fotográfica, com o lado do suporte virado à objectiva. A luz que vinha daqui atravessava o vidro, depois passava pelos grãos corados, sendo filtrada, e acabava por concretizar uma impressão na emulsão fotográfica.
Uma vez processada, a imagem positiva a preto e branco continua sobreposta aos grãos de amidos coloridos, e, como é nesta que está contida a informação importante de imagem, acaba por determinar quais são as cores a salientar. Por exemplo, numa porção da imagem em que domina a cor laranja, os grãos a verde e a violeta são cobertos de prata, enquanto os laranja não são, salientando-se.
Microfotografia de uma chapa de Autochrome. Esta imagem está ampliada de modo que notam-se perfeitamente os minúsculos grãos de amido coloridos (violeta, verde e laranja).
https://en.wikipedia.org/wiki/File:Microphoto_of_Autochrome_plate.jpg
O público aderiu facilmente ao Autochrome e a sua produção entrou em crescendo até à Primeira Guerra Mundial. Em 1931, a Lumièrelançou no mercado chapas Authochrome em suporte de plástico, mas não tiveram tanto sucesso e não duraram que não até ao final da década.
Fotos coloridas – novos processos
Funcionando com o princípio do processo de rede, a conquista do Autochrome sobre o processo de cor fez com que novos processos se seguissem. Designavam-se a estes processos de processos de rede pela utilização de um filtro de vidro ou película coberto com pontos ou linhas transparentes, com as três cores primárias.
De entre aqueles que mais sucesso conheceram, podemos mencionar o Omnicolor (1907; eventualmente muda de nome paraDufaycolor), o Dioptichrome (1909), o Paget (1913), o Agfacolor (1916), o Finlay (1929) e o Dufaycolor (1935; único dos mencionados em película).
Alguns destes processos apresentam ligeiras diferenças quando comparadas ao Autochrome, como, por exemplo:
( Na maioria dos processos, tal como no próprio Autochrome, a rede e a emulsão são inseparáveis; nos processos como os de Paget ou Finlay, a rede é removível, permitindo várias exposições.
( Em lugar de utilizar uma rede composta granulada, poderia usar-se uma rede de linhas (em paralelo ou cruzadas e traçadas a caneta muito finamente). Era um processo muito rigoroso e difícil, podendo muito facilmente dar lugar a erros, resultando em imagens de menor qualidade. Estas linhas podem ser observadas à lupa.
Os mais comercializados entre 1934 e 38 foram o Agfacolor (de suporte de vidro) e o Agfacolor Ultra (de suporte de película), pela sua rapidez de processo (em comparação com o Autochrome, permitiam exposições de 1/25 de segundo, enquanto o Autochrome poderia levar entre 1 a 2 segundos ou 10 a 30, dependendo do local de exposição).
Diapositivo Agfacolor dos inícios dos 1940s: Galinhas no campo no Inverno, em Haselbach (agora parte do município Oberland am Rennsteig). Sem informação de autor ou proveniência.
https://en.wikipedia.org/wiki/Agfacolor#/media/File:AgfaDia.jpg
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