O Convento de Cristo e a Ordem dos Templários

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O Convento de Cristo , situado a uma hora de distância de Lisboa, em Tomar, foi outrora a sede da Ordem dos Templários em Portugal!

Neste artigo faça uma visita guiada detalhada a este monumento. Inclui um mini website.


Carregue na imagem para fazer uma visita guiada no nosso mini website sobre o Convento de Cristo, mas regresse a este artigo. Temos muito a desvendar sobre este fantástico monumento.

CONVENTO DE CRISTO Website (1)

A Ordem do Templo

A Ordem do Templo foi fundada por volta do ano 1118, após a conquista de Jerusalém pelos cristãos durante a Primeira Cruzada, em 1099. Inicialmente, o objetivo dos cavaleiros templários era proteger os peregrinos que visitavam a Terra Santa.

Depois de 465 anos de domínio muçulmano, Jerusalém tornou-se no centro do mundo cristão e um local de peregrinação para muitos ricos e pobres, jovens ou velhos peregrinos que desejavam visitar o local onde Cristo tinha sido crucificado.


Leia o artigo  – e o tempo da peregrinação … no qual “estamos sempre em errância e em luta”…


No decorrer dos dois séculos seguintes esta pequena irmandade de monges-guerreiros, extremamente qualificados e disciplinados, recebeu muitas doações de várias famílias cidades medievais curso online nobres e reais europeias como recompensa pelo seu apoio militar.

Consequentemente, tornaram-se numa organização muito poderosa que possuía inúmeras terras, castelos, vilas, azenhas, lojas, mercados, fortalezas e conventos por toda a Europa e Médio Oriente.

Na realidade, no século XIII, os templários eram os principais banqueiros europeus: a Ordem do Templo concedeu empréstimos significativos a vários reis europeus, incluindo o rei francês, Filipe IV.

A queda dos cavaleiros templários na Europa

No começo do século XIV, o rei francês Filipe IV tinha uma dívida enorme para com a Ordem dos Cavaleiros Templários. Assim, iniciou uma severa, injusta e cruel perseguição contra a organização.

No ano de 1307, muitos dos seus membros foram presos, torturados e forçados a confessar a veracidade das dúbias acusações de que eram alvo como: práticas heréticas, negação de Cristo, corrupção financeira e até sodomia.

O último Grão-Mestre da Ordem, Jacques de Molay, juntamente com outros cavaleiros templários, foi queimado vivo em 1314, em Paris.

Após este trágico acontecimento a Ordem foi finalmente suprimida por ordem do Papa que estava, naquela altura, sediado em Avinhão e tinha o apoio e a proteção do rei francês.

Os bens da Ordem foram transferidos para a Ordem dos Hospitalários que era controlada pelo rei de França.

Os cavaleiros templários em Portugal: o castelo de Tomar

Em Portugal, os templários ajudaram o primeiro rei português, Afonso Henriques, nas suas batalhas contra os muçulmanos que controlavam o sul do país. No ano de 1147 apoiaram o rei português na reconquista da vila de Santarém.

Em troca dos seus serviços militares, a Ordem recebeu várias terras e o direito de construir diversos castelos perto do rio Tejo, como o castelo de Tomar.

castelo de Tomar

O castelo de Tomar foi fundado por Gualdim Pais, em 1160, o Grão-Mestre da Ordem do Templo em Portugal, após o seu retorno da Segunda Cruzada (1146).

Com as suas torres cilíndricas, tornou-se consequentemente na sede da Ordem dos Cavaleiros Templários em Portugal e integra atualmente o conjunto de edifícios conhecidos como Convento de Cristo.

Após transpor a porta principal verá do seu lado direito a antiga torre de menagem – esta torre defensiva era normalmente a mais forte e a última a cair em caso de um cerco montado pelo inimigo.

Do seu lado esquerdo passará pelo pomar do Convento de Cristo .

Ao longe conseguirá distinguir claramente o exterior da Charola, uma soberba igreja templária de formato octogonal!

Convento de Cristo charola exrterior

A fabulosa Charola do Convento de Cristo

A Charola ou igreja templária é definitivamente uma das atrações principais do Convento de Cristo !

O Convento de Cristo é um primoroso templo cristão de planta octogonal que foi construído entre 1160 e 1190!

O edifício foi inspirado na igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, onde Jesus Cristo foi supostamente sepultado após ter sido crucificado.

Convento de Cristo charola interior

Os cavaleiros templários viviam sob uma disciplina muito severa: faziam os votos de pobreza, castidade e obediência ao Papa.

Rir não era permitido assim como qualquer atividade de lazer. Costumavam assistir à missa ou rezar na Charola, onde certamente meditavam na vida exemplar e no sacrifício de Jesus Cristo.

A influência bizantina dos frescos das suas colunas é notória!

Mais tarde, no início do século XVI, durante o reinado de D. Manuel I (1495-1521) a igrejadescobrimentos portugueses curso online templária foi decorada com pinturas de estilo renascentista, talha dourada e esculturas de madeira de São Jerónimo, São Pedro, São João Batista ou Santo António, algumas das quais foram feitas pelo escultor flamengo Olivier de Gand.

O Portal Sul da Igreja

Durante este período de tempo (1495-1521) o rei D. Manuel I ordenou a construção de um novo portal para a igreja: o Portal Sul (1515).

O arquiteto responsável por esta magnífica construção foi Juan de Castillo e poderá admirá-la antes de entrar na antiga igreja templária.

Este notável portal de estilo manuelino é decorado com a estátua de pedra calcária de Nossa Senhora colocada por debaixo de um elaborado baldaquino juntamente com as estátuas de Santo Agostinho ou de Santo Ambrósio.

O resto do portal é decorado com alguns elementos próprios do estilo manuelino (o estilo dominante durante o reinado de D. Manuel I): troncos de carvalhos, plantas, romãs juntamente com anjos, criaturas semi-humanas e medalhões com figuras humanas numa simbiose perfeita entre os estilos manuelino e renascentista. Fabuloso!

Convento de Cristo portal sul

O Convento de Cristo e a Ordem de Cristo

O monumento que atualmente conhecemos como Convento de Cristo é o resultado de muitas renovações e modificações ocorridas ao longo dos séculos.

O Convento de Cristo inclui o antigo castelo templário, a igreja templária ou Charola, o refeitório dos frades e os vários claustros que foram construídos por ordem de diversos reis portugueses.

A área total do Convento de Cristo é de 45 hectares: 5 hectares são ocupados pela área do Convento e do castelo e o resto pela floresta ao redor dos edifícios.

Em 1983, este complexo de edifícios foi classificado como Património Mundial da Unesco.

Após a supressão da Ordem dos Cavaleiros Templários em França, o rei português D. Dinis (1261-1325) conseguiu obter a autorização do Papa para fundar uma nova ordem militar e religiosa: a Ordem de Cristo.

A sua justificação foi que as fronteiras do reino português precisavam de ser defendidas de possíveis ataques muçulmanos.

No ano de 1319, o rei basicamente incorporou a antiga Ordem dos Templários na nova Ordem de Cristo juntamente com os seus bens e o seu património.

Em 1417, o príncipe Henrique, filho do rei D. João I, tornou-se Grão-Mestre da Ordem e assim conseguiu financiar várias expedições marítimas ao longo da costa ocidental de África Estilos arquitetónicos curso online durante a época dos Descobrimentos Portugueses.

Ao longo dos séculos a Ordem sofreu várias reformas (1529) e o Convento de Cristo passou por diversas modificações com a construção de novas alas como o claustro principal, o refeitório, a cozinha e o dormitório dos frades (o qual ainda pode visitar).

No seu momento áureo, no século XVI, o Convento abrigava 300 pessoas (entre frades, noviços e servos).

Finalmente, em 1834, a rainha portuguesa D. Maria II decidiu transformar a Ordem de Cristo numa ordem honorífica.

O Claustro Grande do Convento de Cristo

O Claustro Grande do Convento de Cristo é uma verdadeira obra-prima da arquitetura renascentista portuguesa do século XVI! É outra das atrações deste monumento!

Foi construído entre 1530 e 1562 por diversos arquitetos como Juan de Castillo e Diogo de Torralva e inspirou-se no estilo renascentista italiano. A arquitetura europeia da época orientava-se pelos princípios de simetria, simplicidade, funcionalidade e proporcionalidade.

No centro deste elegante claustro há uma bonita fonte: a água era fornecida através de um aqueduto de 6 km de comprimento, o aqueduto dos Pegões, localizado nos arredores de Tomar.

A Janela Manuelina

Não pode deixar o monumento sem admirar a famosa Janela Manuelina que foi esculpida diretamente na fachada oeste da igreja templária. É uma obra-prima do estilo manuelino.

Foi executada pelo arquiteto português, Diogo de Arruda, entre 1510 e 1513.

No topo pode ver esculpidas a cruz de Cristo (o emblema da nova Ordem de Cristo) tal como plantas, cordas entrelaçadas, um tronco de carvalho, algas, corais, nós de cordas, boias e correntes de navios, o brasão de armas real de Portugal e a esfera armilar (o emblema pessoal do rei D. Manuel I).

Na base vê-se o busto de um homem: alguns dizem que poderá ser a representação do próprio arquiteto, enquanto outros afirmam que poderá tratar-se de Jessé de Belém, o pai do rei David e um antepassado de Cristo.

Convento de Cristo

Finalmente, antes de sair do Convento de Cristo pode visitar, no piso térreo, a antiga cozinha, o refeitório e admirar os vários objetos de cerâmica que foram usados ao longo dos séculos durante as refeições dos frades!


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Nuno Alegria

Nuno Alegria

Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, pós-graduado em História Contemporânea pela Faculdade de Letras de Coimbra e em Tour Guiding pelo Instituto de Novas Profissões (INP). Guia-Intérprete oficial, fluente em inglês, francês e espanhol, trabalha para a Parques de Sintra e para diversas agências de viagens realizando circuitos turísticos culturais por museus e monumentos de todo o país.

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1 Comentário.

  • Rogério Ratti
    30/11/2020 10:38

    Este monumento arquitetônico e cultural é fantástico, fiquei muito impressionado, são muitos detalhes para se admirar e aprofundar na história desse patrimônio cultural e na história da sua arte e da riqueza que ele representa. Gostaria muito de poder visitá-lo pessoalmente para sentir toda a sua grandeza e absorver toda a energia do lugar.

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