A Assunção de Maria é um episódio amplamente presente na arte ocidental em diversas épocas. Representa Maria, mãe de Jesus, a ser elevada aos céus por anjos, vestida de azul e branco simbolizando a sua pureza e rodeada de flores. Os apóstolos assistem ao momento da Assunção.
Neste artigo iremos ver o que significa a assunção de Maria, como foi representada por grandes artistas e qual a iconografia associada a este episódio.
Autora do texto: Yolanda Silva, autora do curso online Iconografia (Jesus e Maria).
Imagem de capa: Assumption of Virgin (detalhe), Peter Paul Rubens, 1616, Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica.
Fonte das imagens: Wikiart
A Assunção de Maria
Esta cena não se encontra em nenhum texto, apócrifo ou canónico. É no entanto celebrada e representada amplamente na história da arte.
A tradição conta que, depois da morte de Maria, os Apóstolos depositaram o seu corpo num sepulcro e permaneceram junto a ele por três dias. Todavia, quando voltaram ao sepulcro para adorá-la, encontraram o túmulo vazio, apenas com os panos do sudário.
Como é representada
Alguns artistas escolhem representar os Apóstolos a olhar para o túmulo vazio, com espanto. Outros, representam-nos a assistir ao momento da Assunção de Maria aos céus.
O sepulcro pode ser representado completamente vazio, com apenas os panos ou com flores no lugar do corpo de Maria. As flores são aquelas atribuídas à Virgem: lírios, açucenas ou rosas.
Diferença entre a Assunção de Maria e a Ascensão de Jesus
É importante compreender a diferença entre a assunção de Maria e a ascensão de Jesus, daí o uso de duas palavras diferentes.
À primeira vista, as cenas são muito similares e ambas significam «elevação».
No entanto, observando cada representação, vemos que, no caso de Jesus, este eleva-se sozinho, porque é Deus; Maria é elevada, assumida aos céus por anjos e nuvens. Por isso, por tradição, designa-se a elevação de Maria como Assunção e a de Jesus como Ascensão.
Dormição da Virgem
Ao momento anterior à Assunção, designa-se, geralmente, por Dormição da Virgem e retrata, na sua essência, o depositar do seu corpo no sepulcro e o momento de lamentação dos Apóstolos.
A tradição da Igreja convencionou chamar-se Dormição à morte da Virgem, para que se entenda que, ao contrário de Jesus, ela não ressuscitou, ela foi elevado ao céu em vida.
A morte da Virgem de Caravaggio
“A Morte da Virgem” feita sob a encomenda para uma igreja de Siena, foi recusada por contrariar o dogma da assunção de Maria e por retratá-la de vestido vermelho.
A Morte da Virgem é uma pintura a óleo realizada entre 1604 e 1606 (ou 1602) pelo pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio. A obra está preservada no Museu do Louvre, em Paris.
Leia o artigo de análise da obra Morte da Virgem de Caravaggio.
Iconografia da representação da Assunção de Maria
Personagens principais envolvidas
Maria (no sepulcro ou a ser levada para o céu), os Apóstolos, anjos / querubins.
Descrição
Maria pode estar ainda a subir aos céus, e os Apóstolos olham para o sepulcro, ou assistem. O túmulo pode estar vazio, com os panos ou com flores.
Representa-se Maria a ser levada aos céus pelos anjos, com nuvens, por vezes, sendo coroada por Jesus, no céu.
Elementos iconográficos relevantes
Sepulcro vazio ou repleto das flores atribuídas a Maria: lírios, açucenas e rosas.
Maria é impulsionada aos céus por anjos e nuvens.
Coroação: reconhecimento da sua devoção.
Referências
Não consta de nenhuma fonte escrita.