As fontes orais requerem um processo de recolha e registo de informação através de entrevista.
«Uma entrevista de história oral é algo de muito fora do vulgar, porque estamos a criar um documento histórico naquele momento em que nos sentámos juntos. Não há documentos em papel que criem aquele mundo que estamos a criar naquele momento através das narrativas.»
Dra. Martha Norkunas
(Professora na Universidade Estatal de Middle Tennessee – MTSU, nas áreas de História Oral e História da Memória: http://w2.mtsu.edu/history/history_faculty_directory/Norkunas.php)
Imagem de capa: Tom Hale a entrevistar o griot Ayouba Tessa (1981, fotografia de Thomas A. Hale).
http://news.psu.edu/story/140694/2002/05/01/research/keepers-history
Texto: Yolanda Silva
Recolha de fontes orais | como fazer a entrevista?
Entrevista oral conduzida por historiador a um veterano americano da Guerra da Coreia.
http://www2.le.ac.uk/departments/history/outreach/besh/oral/intro
A base da entrevista parte das notas resultantes do processo de pesquisa. Nestas, o historiador cria uma lista de tópicos, palavras-chave e frases que representam a informação que procura.
Escrever perguntas específicas pode não gerar a abertura esperada na resposta, dificultando a criação de perguntas de seguimento e impondo uma rotina rígida naquilo que se pretende que seja uma troca de ideias flexível e aberta.
Uma lista de tópicos é um excelente documento de apoio, mas é apenas um guia, como um mapa, que o historiador usa para dirigir a atenção do narrador no sentido dos assuntos sobre os quais tem maior interesse para o seu projecto.
As perguntas devem ser formuladas em torno das palavras-chave ou frases recolhidas de modo a encorajar o narrador a recordar o passado e, assim, contar uma história como resposta.
Se, por ventura, o narrador quiser saber de antemão o que pretendemos perguntar, podemos simplesmente falar sobre que assuntos pretendemos reflectir, fornecendo, até, uma lista de tópicos que poderá servir para estimular a memória do narrador e ganhar a sua confiança.
Quando o entrevistado fornece informação que não consta da lista de tópicos anteriormente criada, mas que pode ter interesse para a investigação, tome nota e faça as perguntas que considere relevantes no momento em que é mencionado.
Lembre-se que pode sempre voltar atrás no seu guião de tópicos.
O Certo e o Errado numa entrevista utilizando fontes orais
Cada entrevista é uma troca de ideias única. Cada entrevistado é igualmente um indivíduo único. Por isso, é sempre benéfico deixar o curso da associação de memórias de cada indivíduo fazer o seu próprio caminho, mesmo que isso signifique que está a fugir momentaneamente ao guião inicial que tinha planeado.
Como forma de garantir que está a cumprir com todas as tarefas necessárias ao correto tratamento das suas fontes orais, o historiador pode criar uma listagem de tudo aquilo que precisa de fazer e, de modo a organizar melhor o seu trabalho, criar a partir dessa mesma lista de tarefas um formulário de controlo.
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