Alfred Eisenstaedt e a imortalização de um beijo em Times Square

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Neste artigo conheça Alfred Eisenstaedt , o fotógrafo deste beijo em Times Square que se tornou símbolo do fim da 2ª guerra mundial.

Porque afinal, até os piores pesadelos têm o seu fim.


Por: Yolanda Silva, autora do curso online História da Fotografia.


Times Square Alfred Eisenstaedt

Fonte da imagem: Wikipedia

Alfred Eisenstaedt | o despertar para a fotografia

Um dos fotógrafos mais famosos do século XX, tendo registado para a posteridade diversas lendas do mundo da política e do cinema, Alfred Eisenstaedt nasceu na antiga Prússia, mas viveu grande parte da sua infância e juventude na Alemanha.

O seu interesse na fotografia começou aos 14 anos, quando lhe foi oferecida a sua primeira câmara fotográfica – uma Eastman Kodak nº 3. Pouco depois, com 17 anos, foi recrutado para a Primeira Guerra Mundial, tendo que colocar o seu fascínio por esta arte em pausa. Regressado da Guerra com sérias mazelas, depois de uma explosão de granada lhe ter afectado ambas as pernas, voltou a dedicar-se à fotografia.

Em 1922, consegue um emprego como vendedor de botões e cintos, o que lhe permitiu financiar o investimento em equipamento fotográfico. Nesta altura, usava a sua própria casa de banho como câmara escura para revelar as suas fotografias.

Alfred Eisenstaedt | a fotografia como profissão

A primeira fotografia que conseguiu vender – “Der Weit Spiegel” – rendeu-lhe o equivalente a 12 dólares, valor que para a época era bastante atractivo, o que lhe fez pensar em prosseguir uma carreira na fotografia. “Der Weit Spiegel” ilustrava um momento em que a sua mulher jogava ténis, durante umas férias do casal na Checoslováquia.

A partir daqui, decidiu abandonar a actividade anterior de vendedor e dedicar-se inteiramente à fotografia. Em 1931, trabalhou como freelancer para a Pacific and Atlantic Press (que depois mudaria de nome para Associated Press) e, em 1933, é enviado para Itália para fotografar o encontro entre Hitler e Mussolini. Nesta época, Eisenstaedt trabalhava com uma revolucionária Leica de 35mm, que saiu no mercado poucos anos antes.

Alfred Eisenstaedt | a revista Life

Com a subida de Hitler ao poder, emigra para os EUA e estabelece-se em Nova Iorque, onde passa a fazer parte de um nome projecto que se tornaria na emblemática revista Life.

Em 1942, naturaliza-se norte-americano e viaja para vários pontos do mundo, com o fim de documentar os efeitos da Segunda Guerra Mundial. No Japão, mostrou os efeitos da bomba atómica e, na Coreia, registou a presença das tropas norte-americanas. Na Europa, fotografou a miséria e a pobreza vivida na Itália e, na Inglaterra, retratou Winston Churchill.

A carreira de Eisenstaedt foi pautada de numerosos retratos para a revista Life, em que representava celebridades e personalidades de relevo da sociedade, como Marlene Dietrich, Marilyn Monroe, JFK e Ernest Hemingway.


Pode ver 13 fotos inesquecíveis de Alfred Eisenstaedt para a Life nesta ligação para a Google Arts & Culture.


Alfred Eisenstaedt | o beijo em Times Square

Contudo, uma das suas mais famosas fotografias viria a ser “O Beijo em Times Square”. Publicada em 1945, este “Beijo” representa o momento em que um marinheiro norte-americano arranca um beijo a uma jovem enfermeira, em plena Times Square, em Nova Iorque, durante o anúncio da vitória e fim do conflito contra o Japão (durante a Segunda Guerra Mundial).

A identidade dos intervenientes é controversa, mas acredita-se que a mulher seja Edith Shain, falecida em 2010, e o marinheiro seja o ex-polícia Carl Muscarello, falecido em 2014.

Em 2005, a 11 de Agosto, volvidos exactamente 60 anos do momento imortalizado por Eisenstaedt foi instalada na mesma avenida nova-iorquina uma estátua que replica o famoso “Beijo”.

Alfred Eisenstaedt

Com 81 anos, Eisenstaedt regressou à Alemanha, onde participou de uma exposição sobre a vida na Alemanha nos anos 1930.

Galardoado várias vezes, este “Mestre da Fotografia” (título atribuído pelo próprio Internacional Center of Photography), continuou sempre a trabalhar até à sua morte, em 1995.


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