Maria Mãe de Jesus , também designada de Virgem Maria ou Nossa Senhora, é, por meio da sua maternidade a Jesus Cristo, uma figura de importante veneração na Igreja Cristã desde a época apostólica.
Por Yolanda Silva, do curso Online Iconografia (Jesus e Maria)
O interesse dos artistas, músicos e autores na sua figura foi crescente, principalmente a partir da época gótica.
Ícone da Virgem Maria com o São Jorge e São Teodoro. Mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai (séc. VI/VII).
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Encaustic_Virgin.jpg
Quem foi Maria Mãe de Jesus ?
As referências bíblicas à sua pessoa não permitem, pelo seu número, congregar uma imagem coerente de quem Maria realmente foi.
Os Evangelhos do Novo Testamento atestam à sua humildade e obediência da mensagem de Deus. Assim, a tradição da Igreja Católica desenvolveu em torno dela uma doutrina que faz de Maria um exemplo para todos os cristãos.
Também os stextos apócrifos de Pseudo Mateus, de Tiago e o Transitus Mariae nos dão informação sobre Maria.
O pouco que se descortina das fontes textuais diz-nos que pertencia à linhagem do rei David (por meio do seu casamento com José – Lucas 2, 4) e que era filha de Ana e Joaquim, tendo sido concebida também milagrosamente: os seus pais eram já idosos quando um anjo lhes anunciou que nasceria.
Com dois anos, foi apresentada ao Templo e com doze, casou com José (Lucas 1, 26-27).
A primeira referência que se encontra a Maria no Novo Testamento é a do episódio da Anunciação (Lucas 1, 26-38), em que se afirma que vivia em Nazaré e que estava noiva de José.
As fontes dizem-nos que rezava ou que tecia o manto do Templo de Jerusalém quando o Anjo Gabriel lhe apareceu, anunciando que dela nasceria o Salvador e que a sua prima também estava grávida, após o que Maria vai visitar Isabel. Em Lucas 1, 39-40, descreve-se este encontro (A Visitação).
A Visitação em iluminura.
Ilustração de Livro de Horas de Rouen (séc. XV).
Nas bandas laterais, podemos ver ainda representações do Pecado Original (Adão e Eva), do Abraço na Porta Dourada (Ana e Joaquim) e do casamento da Virgem (Maria e José).
Após o momento do nascimento de Jesus (Lucas 2, 1 e seguintes), Maria Mãe de Jesus aparece mencionada em numerosos episódios a par com o seu Filho, como:
- A Apresentação ao Templo.
- A Adoração dos Reis Magos.
- A Fuga para o Egipto.
- As Bodas de Canã (embora não se fale directamente o nome dela: João 2,1).
- e os momentos envolventes à Crucificação de Jesus. Estes e aqueles referentes à Natividade são os episódios nos quais ela assume mais importância, mostrando a sua aceitação perante o nascimento, percurso de vida e morte dramática do seu Filho, que é o Salvador.
A Fuga para o Egipto. Fresco de Giotto (Capela Scrovegni, em Pádua; séc.XIV)
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Giotto_-_Scrovegni_-_-20-_-_Flight_into_Egypt.jpg