O expressionismo é um movimento muito abrangente, que se inicia com a pintura, mas que acabará por passar também pela escultura, arquitectura, literatura, música e cinema.
O Expressionismo como movimento artístico nasce na Alemanha (território à época pertencente ao Império Prussiano), fruto da necessidade de exteriorizar o impacto da vida moderna da época e a crescente crise de valores patente.
Esta crise teve como fundamento vários factores consequentes do desenvolvimento da vida urbana:
Industrialização acelerada,
Tendências imperialistas,
Desenraizamento da vida tradicional,
Miséria crescente entre a classe operária,
Aumento da marginalidade,
Degradação dos costumes burgueses.
A Praça de Nollendorf (Nollendorfplatz), Ernst Ludwig Kirchner (Grupo Die Brücke), 1912 (Stiftung Stadtmuseum de Berlim, Alemanha).
De facto, o Expressionismo quer reflectir sobre a fragilidade da condição humana, seja pela caricatura, seja pelo grotesco.
Neste sentido, esta corrente artística vê-se como um instrumento de denúncia social e política.
O próprio nome pretende-se explicativo das intenções artísticas do grupo: é uma arte virada para a alma, para a revelação do espírito humano e dos seus sentimentos.
O movimento a que se intitula habitualmente como Expressionismo ou «primeiro» Expressionismo é o termo geral referente ao movimento original.
Não de outras ramificações subsequentes posteriores à eclosão da Primeira Guerra Mundial e que perduraram até depois da Segunda Guerra Mundial.
As tendências artísticas do Expressionismo tiveram, contudo, continuidade e foram relativamente transversais a outros movimentos de vanguarda, expandindo-se também a novos territórios e assumindo nomes diferentes (como Abstraccionismo Lírico, Expressionismo Abstracto, Neo-Expressionismo).
Expressionismo – Dois Grupos
O Expressionismo dividiu-se em dois grupos:
DieBrücke (A Ponte), nascido em Dresden e com um período de actividade estimado entre 1905 e 1913.
DerBlaueReiter (O Cavaleiro Azul), sediado em Munique e cuja produção se desenvolveu aproximadamente entre 1910 e 1914.
No vídeo seguinte pode ver as diferenças entre estes dois grupos.
A Ponte
O grupo A Ponte foi fundado por Ernst Kirchner, Erich Heckel, Otto Müller, Max Pechstein e Karl Schmidt-Rottluff. Com o tempo, outros artistas integraram o grupo.
A Ponte era um movimento em que a personagem se salientava em relação ao cenário, daí que a temática revolvesse em torno da vida social (principalmente incidente na vida burguesa), abundando retratos e auto-retratos.
A intenção de expressão dos artistas d’A Ponte era a de revelar a verdade interior: desnudar completamente a alma humana, mesmo que fosse chocante, desconfortável ou uma afronta.
Mulher segurando mala, Karl Schmidt-Rottluff, 1915.
Os pintores do grupo O Cavaleiro Azul, fundado por Wassily Kandinsky, procuravam uma arte que expressasse experiências pessoais da vida do Homem confrontado com a Natureza.
Ao lado de Kandinsky, Paul Klee, Franz Marc, Auguste Macke, entre outros, seguiram o preceito de expressar na arte a sua reflexão pessoal sobre a Vida e o Mundo.
Como tal, escolheram temas da paisagem campestre e urbana com cenas sociais incluídas, ou, então, cenas da vida animal, cuja intenção é alegórica.
A emotividade dos artistas d’ O Cavaleiro Azul é mais lírica e suave, com a tónica sobre o sentido mágico e místico das cores e dos ritmos.
A Torre de Cavalos Azuis, Franz Marc, 1913 (pintura desaparecida desde 1945).
3 Comentários.
Adorei essa site!! ♥️
Obrigada pelas palavras de incentivo! Vamos continuar a trabalhar.
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