Neste artigo iremos conhecer os símbolos do cristianismo utilizados pelos primeiros cristãos. INCLUI UM VÍDEO SÍNTESE
Este tema é desenvolvido por Yolanda Silva no curso online Iconografia dos Santos.
A presença de símbolos é comum a várias sociedades e religiões. O cristianismo tornou possível a ideia de materializar a Divindade. Isto acontece a partir do momento em que se divulga a ideia de encarnação de Deus na figura de Jesus Cristo, revertendo, assim, a tendência iconoclasta da religião.
A ideia de criar arquétipos dentro da religião passa a ser entendida como forma de prestar homenagem a determinada figura religiosa, através da sua materialização, elevando, assim, a sua importância, ao revés do pensamento anterior que ditava que não se deveria prestar veneração a um objecto, como seja a imagem de uma personagem religiosa.
Os primeiros símbolos do cristianismo
Até ao ano 313, quando o Imperador Constantino legitimou a prática da religião Cristã no Império Romano, através do Édito de Milão, os primeiros Cristãos dissimulavam as suas práticas religiosas através da utilização de símbolos que os distinguiam entre si, fugindo, assim, às perseguições e martírios.
As catacumbas romanas dos séculos II e III documentam os primeiros séculos do Cristianismo, fornecendo-nos algumas informações importantes quanto aos símbolos mais utilizados nesta primeira fase da religião.
Com base nos relevos nelas encontrados, podemos observar que, durante bastante tempo, os símbolos mais habituais são a âncora, o tridente ou o navio, na medida em que são formas disfarçadas de fazer representar a cruz.
A par com as inscrições funerárias, os símbolos mais habitualmente encontrados são os que se seguem:
– monogramas como o Chi-Rho ou IHS,
– objectos comuns que substituem a Cruz, como a Âncora ou a Barca, já mencionados,
– o Bom Pastor e a figura do Orante,
– o Ichthus ou Ichthys,
– o Pavão e a Pomba,
– a Folha de Palma e a Vinha e Cachos de Uva,
– e, finalmente, bastante mais tarde, começam a representar, também, a própria Cruz.