o que foi o movimento iconoclasta e suas consequências a nível artístico

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Neste artigo vamos ver o que foi o movimento iconoclasta e quais as suas consequências a nível artístico.

o que foi o movimento iconoclasta


Texto baseado nos cursos:

Iconografia dos Santos, autoria de Yolanda Silva e Guia de Tesouros Arquitetónicos I, autoria de Diana Ferreira.

Imagem de capa: Ícone bizantino de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, fonte: Wikimedia.


o que foi o movimento iconoclasta

O uso de ícones é prolífero no mundo Cristão. No entanto, a partir do século VI, surgiram algumas facções dentro da Igreja Cristã que condenavam o uso das representações iconográficas, acusando idolatria.

Estes, apelidados de Iconoclastas (significado: Que ou quem se opõe ao culto dasimagens in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa).

Destruíram publicamente várias representações sagradas, defendendo que apenas se deveria utilizar o Crucifixo para o acto de veneração.

Então o que foi o movimento iconoclasta ?

Designa-se por movimento iconoclasta o movimento político-religioso do império Bizantino contra a veneração de ícones, iniciado em 730 pelo imperador Leão III (r. 717-741) que proibiu a veneração de ícones.

O que foi o movimento iconoclasta – consequências

Foram destruídas milhares de obras de arte. Com elas os melhores exemplares do apogeu da arte bizantina, causando também um forte obstáculo na criatividade e representações artísticas.

Infelizmente não temos muitos exemplares de mosaicos, frescos, esculturas, pinturas e livros ilustrados antes deste movimento.

Esta situação foi alterada em 787 pela Imperatriz Irene a favor da iconolatria (significado: culto prestado às imagens, in infopédia).

o que foi o movimento iconoclasta Irene e o filho, Constantino VI no Segundo Concílio de Niceia (787)

Irene e o filho, Constantino VI no Segundo Concílio de Niceia (787)

 

O Concílio de Niceia

Após muito se debater o assunto entre as diferentes facções, no Concílio de Niceia, em 787, o uso de ícones e representações afins foi aprovado, como parte integral da tradição Cristã.

Para melhor se entender o que foi o movimento iconoclasta vamos ver a importância e fundamento dos ícones na religião cristã.

Os ícones no cristianismo

A presença de símbolos é comum a várias sociedades e religiões. iconografia menino jesus

Derivada do Judaísmo, em que, tradicionalmente, se proíbem as representações iconográficas de Deus, a religião Cristã tornou possível a ideia de materializar a Divindade.

Isto acontece a partir do momento em que se divulga a ideia de encarnação de Deus na figura de Jesus Cristo.

A ideia de criar arquétipos dentro da religião passa a ser entendida como forma de prestar homenagem a determinada figura religiosa, através da sua materialização, elevando, assim, a sua importância, ao revés do pensamento anterior que ditava que não se deveria prestar veneração a um objecto, como seja a imagem de uma personagem religiosa.

O que foi o movimento iconoclasta – a Reforma

A questão da idolatria/iconoclastia surgirá de novo apenas na época da Contra Reforma, sendo que os Luteranos terão sido os que lutaram com maior veemência contra o uso destes ícones-retrato, mesmo aqueles de Cristo.Iconografia dos Santos

O que foi o movimento iconoclasta Beeldenstorm

Este movimento cujo nome significa “Tempestade de Estátuas” ocorreu durante a Reforma Protestante no século XVI, principalmente em 1566. Tratou-se de uma série de tumultos e destruição de imagens religiosas, pinturas, esculturas e outros objetos de valor artístico em igrejas e mosteiros dos Países Baixos (atualmente, Bélgica, Holanda e Luxemburgo).

Os iconoclastas protestavam contra a veneração de imagens comum na na igreja católica. Os adeptos deste movimento defendiam que essas representações visuais eram formas de idolatria e violavam os princípios da Bíblia.


Os Católicos mantiveram e, até, intensificaram o uso da imagem religiosa.

O movimento estético barroco e as grandes obras de arte realizadas no âmbito da Contrarreforma são disso exemplo.

De certa maneira, a imagem era uma forma de transpor o mundo material e corpóreo, chegando ao imaterial e transcendente.

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