Neoplasticismo | o que foi este movimento de vanguarda

O Neoplasticismo abrangeu, desde o início, várias facetas das artes, desde a pintura à escultura, a arquitetura e o design, chegando, até, à literatura.

Por: Yolanda Silva, curso online Pintura das Primeiras Vanguardas II.

Inclui um vídeo explicativo.

Início do movimento neoplasticismo

O movimento surgiu por volta de 1917, data da publicação do primeiro exemplar da revista De Stijl (em holandês: O Estilo).

Fruto das contribuições de diversos elementos neoplasticistas, como os pintores Piet Mondrian, Theo van Doesburg e Van der Leck, e os arquitectos Pieter Oud e Guerrit Rietveld.

Foi nesta publicação que foram apresentados os princípios básicos do movimento neoplasticismo assim como os manifestos do grupo.

Letterklankbeelden, projecto gráfico de Theo van Doesburg (sob o pseudónimo I.K. Bonset) – Revista De Stijl, 1921.

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Destijl_anthologiebonset.jpg

Neoplasticismo | Uma nova estética

Tal como o Suprematismo, havia um fundo de racionalismo à filosofia criativa do Neoplasticismo. Esta nova estética, que se queria igualmente pura, objetiva e não representativa, dizia querer «eliminar o trágico da vida». Numa altura em que o mundo se reconstruía depois da Primeira Guerra Mundial.

Composição em Cinzento, de Theo van Doesburg, 1919 (Fundação Guggenheim, de Nova Iorque, EUA).

https://en.wikipedia.org/wiki/File:GUGG_Composition_in_Gray_(Rag-time).jpg

A plástica deste movimento tem como intenção provocar sensações de dinamismo e movimento ou de calma, serenidade e equilíbrio.

Os neoplasticistas conseguem atingir este objectivo através de composições de quadrados e rectângulos coloridos (geralmente com cores primárias, embora também utilizem outras).

Pintados de modo liso e plano, e delimitados a negro com linhas ortogonais com diferentes espessuras.

A composição é animada pela relação entre as linhas e as formas geométricas – podendo dar a impressão de dinamismo ou estatismo.

«A realização criadora pura não é “decoração”. Pretende pôr de lado o que é natural, e para isso dá às três cores outras relações de dimensões, de força e de sonoridade, para as quais preferimos empregar a expressão “criação equilibrada” em vez da palavra “harmonia”.»

(A Nova Realização – Livros da Bauhaus (5), Munique, 1925)

Composição em vermelho, amarelo, azul e preto, de Piet Mondrian, 1921 (Museu Municipal de Haia, Holanda).