Thomas Gainsborough (Suffolk, 14 de Maio de 1727 – Londres, 2 de Agosto de 1788) foi um dos mais importantes pintores ingleses do Sec. XVIII e um dos membros fundadores da Royal Academy.
Thomas Gainsborough, autorretrato
https://www.wikiart.org/en/thomas-gainsborough
Os retratos e as paisagens
Estudou com o pintor francês Hubert-François Gravelot. Em 1759 muda-se com a família para Bath e começa a atrair uma clientela aristocrática realizando sobretudo retratos.
Mrs. Sarah Siddons, the actress, 1785, National Gallery, London
https://www.wikiart.org/pt/thomas-gainsborough/mrs-sarah-siddons-the-actress-1785
Foi um dos membros fundadores da Royal Academy, em 1768 e, em 1774 mudou-se para Londres. Tornou-se um dos artistas mais importantes do seu tempo e o pintor favorito do rei George III e família real.
Embora os retratos constituam uma grande parte da sua obra, continuou, durante toda a sua vida, a pintar paisagens.
Seashore with Fishermen, 1781 – c.1782
https://www.wikiart.org/en/thomas-gainsborough/seashore-with-fishermen-1781
Gainsborough integrou estas duas temáticas – retrato e paisagem – de forma inovadora em muitas das suas obras.
Utilizava pinceladas leves e suaves criando nas suas obras uma noção de fluidez e naturalismo. Também a sua paleta de cores era composta por tons suaves em conjunto com castanhos.
No Retrato de Mrs. Richard Brinsley Sheridan é possível analisar as principais caraterísticas da pintura de Gainsborough.
A partir de exerto do curso online Análise de obras de Arte, autora Yolanda Silva.
Gainsborough | Retrato de Mrs. Richard Brinsley Sheridan
Pintado entre 1785 e 1787. Encontra-se na National Gallery de Washington (EUA).
Retrato de Mrs. Richard Brinsley Sheridan (Elizabeth Ann Linley Sheridan), com idade de 31 anos, integrada numa paisagem bucólica.
Está rodeada de arvoredo, vestida como uma senhora de alta sociedade e sentada sobre um rochedo. Os tecidos das suas finas vestes e os seus cabelos ondulados flutuam com o vento, tal como as folhas nas cristas das árvores. Ao fundo, o pôr-do-sol é ligeiramente ocultado por uma árvore solitária distante.
A postura da retratada está em concordância com a melancolia da cena.
O pintor utiliza pinceladas rápidas, muitas vezes apenas sugerindo as formas (repare-se nas mãos, com dedos enroscados no lenço de seda: são definidos por pinceladas sumárias dando apenas a sugestão da forma). A diafaneidade das pinceladas é primordial para o pintor, transmitindo ritmo à cor e à forma.
Pinceladas são quase descuidadas de modo a dar a ideia de fundir a delicadeza do lenço de seda entre nos dedos da mulher.
A linha da composição é diagonal, definida pela figura sentada. O desenho prima pelas suas linhas diáfanas e livres, organizando a composição em torno do rosto da retratada (e assim também no seu olhar e na sua expressão).
As cores são outonais e estão distribuídas de modo difuso; sugerem-nos a ideia romântica de melancolia que, segundo relatos da época, condiziam com o temperamento da mulher retratada.
A luz esmorecida de um Sol poente (à esquerda) reforça essa ideia.