Os documentos e volumes em papel constituem o suporte de escrita mais comum na maioria das bibliotecas e arquivos .
No entanto, existem livros e documentos em outros suportes, tal como pergaminho e, mais raramente, papiro.
O papel, tal como a maioria dos materiais, pode sofrer danos físicos e danos químicos, que por sua vez podem ser provocados por uma grande diversidade de agentes de dano.
Vamos conhecê-los neste artigo de Geraldine Garcia e Diana Bencatel, autoras dos cursos online Preservação de Livros e Documentos e Acondicionamento de Livros e Documentos.
Danos físicos
Entre os danos físicos mais comuns encontrados nos arquivos encontram-se os vincos no papel, deformações, cortes, rasgões, lacunas (por vezes com perda de informação), manchas de sujidade, entre outros, frequentemente provocados por manuseamento, formas de exposição e acondicionamento incorretos.
Nos casos em que existe encadernação, geralmente esta é a primeira a sofrer, sendo muito comuns os danos nas lombadas e nas capas.
Danos comuns em documentos em papel
Danos químicos
Os danos químicos traduzem-se sobretudo no amarelecimento e fragilização do papel e podem ter diversas causas. Frequentemente resultam da degradação intrínseca do papel, provocada por elementos presentes ou adicionados à pasta de papel que aceleram a acidificação deste material.
Estes danos podem resultar também da ação de substâncias externas ao papel, tal como poluentes e contaminantes provenientes do exterior ou presentes no interior do edifício, que desencadeiam reações químicas indesejáveis, provocando alterações visíveis no papel.
Papel de livro amarelecido e frágil
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Eis os principais agentes de dano, internos e externos, em arquivos:
Agente de dano |
Danos mais comuns no papel |
· Substâncias de natureza instável e/ou ácida presentes na composição do papel | · Amarelecimento e fragilização do papel |
· Manuseamento, transporte e acondicionamento desadequados | · Dobras, rasgões, cortes e deformações |
· Práticas de limpeza desadequadas | · Manchas, descoloração e abrasão |
· Ataque biológico por microrganismos (fungos, bolor,…), insetos (caruncho, térmita, peixe de prata,…) o outros animais (roedores, aves,…) | · Fragilização, abrasão, lacunas, rasgões e sujidade do suporte |
· Níveis de humidade relativa (HR) e de temperatura (T) desadequados | · Níveis de HR demasiado altos propiciam o aparecimento de fungos e bolor; níveis demasiado baixos provocam encarquilhamento e levam à fragilização do papel;
· T demasiado alta acelera a ocorrência de reações químicas; T muito baixa pode levar à subida da HR. |
· Poluentes e contaminantes (tráfego automóvel, indústria, máquinas fotocopiadoras, alguns produtos de limpeza, tintas, vernizes, madeiras verdes, carpetes, tabaco,…) | · Sujidade, amarelecimento e fragilização do papel |
· Radiação visível (luz), ultravioleta (UV) e infravermelha (IV) | · Amarelecimento, escurecimento, esvanecimento e alteração de cores (danos cumulativos e irreversíveis) |
· Catástrofes naturais ou por falha humana (incêndios, inundações, terramotos,…) | · Folhas coladas, deformadas e perda de material |
É fundamental ter em conta que muitas vezes estes agentes atuam em sinergia. E que, quando combinados, podem provocar danos ainda mas graves aos documentos existentes em arquivos.
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