As crenças religiosas dos egípcios estão relatadas nas paredes dos túmulos e templos e em rolos de papiro compilados sob a forma do Livro dos Mortos .
Os textos que integram o que hoje se denomina por Livro dos Mortos não foram escritos por um único autor nem são todos da mesma época histórica. Trata-se da compilação dos textos que se encontraram nos papiros colocados nos túmulos junto das múmias.
Partilhamos neste artigo ligação para a tradução em inglês destes textos, de 1895, autoria de Wallis Budge.
A religião egípcia
A religião exercia muita influência no quotidiano da Antiguidade Egípcia, como é visível pelas pirâmides e templos.
As crenças religiosas dos egípcios estão relatadas nas paredes dos túmulos e templos e em rolos de papiro compilados sob a forma do Livro dos Mortos.
Acreditavam em diversos deuses e até veneravam forças da natureza, como o próprio rio Nilo.
A religião estava mesmo presente na própria estrutura de poder desta civilização antiga.
Além da existência dos deuses extra-terrenos, havia ainda o Faraó, que comportava em si todos os poderes, assumindo a função de sacerdote e personificação de deus na terra.
A importância e estatuto dos deuses evoluiu muito com o tempo.
Podemos ver, por exemplo, que Narmer e os seus sucessores veneravam Hórus e Rá, sendo que seriam «filhos de Rá», que, uma vez deixando o plano terreno, acompanhá-lo-iam na sua viagem quotidiana.
Com Mentuhotep, por sua vez, os Egípcios passaram a acreditar que o Faraó se juntava a Osíris, o deus dos Mortos, figura que se tornava cada vez mais relevante no Panteão Egípcio.
O Julgamento da Alma
Assim, o egípcio da Antiguidade – rico ou pobre – passou a acreditar no Julgamento da Alma: o momento em que, quando morria, era transportado numa barca pelo Nilo até ao reino de Osíris, algures na margem Oeste, onde o Sol se punha a cada dia.
Aí, o morto era recebido por Anúbis numa grande sala de julgamento, onde seria colocado perante 42 juízes – cada um correspondendo a um pecado, tendo de os convencer um a um de não ter cometido nenhum pecado.
Depois, o morto seria levado perante o tribunal de Osíris.
Aí, perante Ísis, Osíris e Hórus, o seu coração era pesado, usando uma pena de avestruz como contrapeso (simbolizava a deusa da Verdade, Maat).
A balança penderia de acordo com a verdade ou culpa contida no coração do morto.
Se este não tivesse vivido uma vida correcta e virtuosa, deveria sofrer um destino terrível: ser devorado por Amut, a Devoradora.
Figura abaixo: Momento do julgamento perante Osíris.
Este fragmento faz parte do Papiro de Hunefer, uma das mais conhecidas versões do Livro dos Mortos. Herda o seu nome do escriba que o redigiu, Hunefer, escriba real de Seti I (XIX dinastia: entre 1310 e 1275 a.C.; British Museum, Londres, Inglaterra).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_judgement_of_the_dead_in_the_presence_of_Osiris.jpg