Os museus e o mundo – como conviver com a pandemia

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Os Museus e o mundo: como conviver com a pandemia do Covid 19? Como assegurar a continuidade do papel educativo e social do museu? Como preservar as coleções museológicas em tempos de pandemia? Como adequar a comunicação com os públicos aos formatos digitais?

Estas são certamente apenas algumas das questões que se levantam aos profissionais ligados aos museus e ao património cultural.

E este artigo é sobretudo um desafio à partilha de experiências. Nos comentários dê a sua opinião sobre como conviver com a pandemia de Covid 19 na área dos museus e das atividades culturais.

como conviver com a pandemia

Em meados de março deste ano as pessoas foram obrigadas a isolar-se nas suas residências diante das incertezas trazidas pelo novo vírus Covid-19.

A “segunda vaga” da pandemia está aí com muitos países a voltarem ao confinamento. E não sabemos quando poderemos respirar aliviados com as vacinas ou com a “eliminação” do vírus.

A nova vida, o nosso novo quotidiano é repleto de dúvidas: Será que se eu for no mercado serei contaminado? Será que se for contaminado ficarei bem e não terei sequelas? Será que corro riscos se for a uma atividade cultural?

como conviver com a pandemia | reinventar as atividades

Diante de tantas indagações e isolamentos impostos para nos resguardarmos, o mundo teve que se reinventar nas atividades económicas e os museus fizeram o mesmo. Expandiram as suas plataformas virtuais, aperfeiçoaram as alternativas de atividades e exposições, aumentaram os seus portefólios, reuniram as equipes através aplicativos apropriados para reuniões e novas ações. Enfim, alterações realizadas para atrair o público e incentivar as visitas virtuais como uma forma de cultura, entretenimento e lazer. E uma forma de manter o equilíbrio psicológico neste tempo de incerteza.

como conviver com a pandemia | o impacto

Segundo o Conselho Internacional de Museus – ICOM – apesar de todo este aparato tecnológico, infelizmente, alguns museus provavelmente não reabrirão e isso afetará as regiões onde esses museus são recentes e onde as estruturas ainda são vulneráveis.

E o que dizer dos Ecomuseus, que assentam na interação com a comunidade e na participação das populações.

Em muitos casos houve limitação de verbas para realizar as manutenções dos objetos museológicos ou adquirir “novos”. Todas as exposições que ocorreriam, tiveram que ser adiadas e, com o isolamento e as paralisações das atividades, algumas instituições aproveitaram para realizar as reformas de emergência.

O ICOM e as entidades dos vários países publicaram protocolos para a reabertura dos museus durante a flexibilização da quarentena, e, assim, resguardar os seus funcionários e o público. Algumas dessas normas são: O uso obrigatório de máscaras; distanciamento entre as pessoas de 1,5m; controlo do número de visitantes; limpeza constante dos ambientes, acesso a álcool em gel nas dependências, entre outras.


Linhas Guia para a conservação do património durante a pandemia 

Publicação do Canadian Conservation Institute com tradução para português.


como conviver com a pandemia | um testemunho

Em conversa com a museóloga Ana Silva, do Oficina 3 Museológica, ela retratou bem o quadro em que os Museus se encontram atualmente e o que poderá ajudar a perceber como conviver com a pandemia de Covid 19:

“Difícil falar sobre isto, além do que todos nós já estamos aprendendo e fazendo: 

  • Uso mais frequente de meios digitais para comunicação com nossos públicos, em diferentes níveis de interesse, utilizando por exemplo Instagram, Facebook, Twitter, Youtube.
  • Realizar exposições virtuais que são visitas virtuais em exposições existentes ou exposições criadas especialmente para o ambiente virtual.
  • Compartilhar e adquirir novos conhecimentos através de cursos on line e webinários.
  • Não descuidar dos procedimentos de segurança e higienização, continuar com a prevenção de incêndio, de enchentes, ataques de insetos xilófagos, dentre outros procedimentos preventivos.”

Destas palavras ressaltam alguns aspetos que não é de mais sublinhar.

Os meios digitais não devem ser encarados como uma substituição provisória da visita. São um meio de comunicação que perdurará para além do fim da pandemia e complementará o processo de interação com os públicos. O desafio está na utilização destes meios readequando o processo de informação e criando conteúdos específicos que visem o cumprimento do papel social e educativo dos museus.
A pandemia de Covid 19 domina as nossas vidas e absorve os recursos económicos. Mas não podemos esquecer que este não é o único risco. E que para as coleções museológicas em si mesmas a pandemia não não tem efeito destruidor. Mas outros riscos destruidores continuam a existir. A prevenção e gestão de riscos, a segurança dos edifícios e das coleções e a conservação preventiva são fundamentais e não pode ser esquecidas.

 

 

Independentemente das empresas e pessoas físicas que financiam os museus, infelizmente, o impacto económico da pandemia ainda sim afetará algumas instituições, com a consequente redução de funcionários e possível encerramento das atividades. É algo inevitável a médio e longo prazo, mesmo com as tentativas de sobreviver virtualmente.

Todavia, há alguns museus que nos presenteiam com novidades apaixonantes em ambiente virtual e outros que desenvolvem atividades criativas no local readequando os espaços e as regras de funcionamento.

Seja no espaço museológico com todas as precauções regras de segurança, ou seja a partir do seu sofá, vá ao Museu!…

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