A arquitetura do grande Império Romano

Newsletter

Vamos olhar para a arquitetura romana  que fascina pelas grandes e monumentais construções. Mas mais ainda, a arquitetura romana serviu o grande Império Romano, a sua expansão e os conceitos a este associados. As principais construções romanas visavam a glória do Império Romano mas integram edifícios de utilização pública. Aquedutos , fóruns, arenas, coliseus, termas, villas e cidades.

Assim, a arquitetura romana introduz novos conceitos de construção e urbanismo. As principais construções romanas integram ainda novos materiais, novas soluções construtivas e novos elementos arquitetónicos.


Conheça a arquitetura da roma antiga e as suas influências e objetivos.

Texto: Diana Ferreira, do curso online Guia de Tesouros Arquitetónicos


a arquitetura romana e o grande império romano

Na Antiguidade Clássica, Roma foi um vasto império de territórios, à qual a sede de conquista dos romanos não conhecia limites. A Península Ibérica, a Ásia Central e o Norte de África foram submetidos à sua supremacia.

Roma tinha sido elevada à categoria de potência mundial e considerada um ponto de cruzamento de vários povos e culturas conquistadas, que os romanos souberam manter coesos. Consequentemente, a sua arte resultou das diversas culturas dos povos conquistados, e teve o seu apogeu entre o século I a.C. e o século I d.C., coincidente quase na sua totalidade, com o governo de César Augusto (filho adotivo de Júlio César). Foi quando embelezaram a cidade com monumentos e estatuária que lhe deram a grandiosidade e o fausto correspondente ao domínio e poder que exercia.

Este império praticou uma profunda influência em todo o Ocidente, no latim, língua do império romano que originou outros idiomas ocidentais, no seu sistema político e jurídico, e nas artes.

Durante o governo de César Augusto, a paz e a prosperidade económica, proporcionadas pelas conquistas e pelo bom governo, possibilitaram aos romanos o usufruto de tempo livre. Prosperaram a arquitetura pública, à qual os romanos deram mais importância, e erigiram termas, anfiteatros, teatros e circos, para as célebres corridas de quadrigas, por todo o império para diversão do povo.

Após a morte de Augusto, todos os imperadores se esforçaram por ultrapassar o anterior com construções sumptuosas e projetos urbanísticos, como a Domus Aurea de Nero, o Fórum e o mercado de Trajano, o Palácio Flaviano no Palatino, a Villa Adriana no Tivoli, as termas de Caracala e de Diocleciano, o arco de Septimo Severo e o Coliseu.

a arquitetura romana e as suas influências

Apesar de exercer uma determinante influência nos povos conquistados, também as recebeu, nomeadamente do povo grego, no uso das três ordens e das colunas. Resultado do contacto com a sua cultura, da conquista dos seus territórios pelo Império Romano e dos saques de guerra artísticos levados para Roma. Preferiram o exagero ornamental, ao equilíbrio estético dos gregos e influenciaram-se nas suas formas exteriores, adaptando-as aos seus sistemas construtivos e materiais. Teve também uma herança etrusca nas proporções e nos conhecimentos técnicos de engenharia.

Apesar das suas nítidas influências, a arquitetura romana destaca-se pelo seu engenho técnico e criatividade, onde permaneceu a grandiosidade (mostrando o seu poder e intimidando a cobiça de outros povos), a utilidade e a duração das construções. É notória a sua preocupação com o urbanismo, a aplicação de argamassa de ligação e um forte uso do arco, que os distingue dos gregos e atribuem dinamismo aos edifícios, tornaram-se marcantes nesta arquitetura.

o objetivo da arquitetura romana

Para além de utilitárias e belas, as construções eram enriquecidas com elementos decorativos e pedras nobres num gosto excessivo pelo luxo, reflexo do seu poder. De caráter triunfal e histórico, assinalando façanhas militares e políticas do povo romano, os relevos decoravam estruturas arquitetónicas, principalmente arcos do triunfo e colunas comemorativas. O seu objetivo era uma nítida vontade de fazer propaganda, documentar e comemorar, eternizando a memória dos seus antepassados, honrando-os e glorificando-os em mármore.

A Arte Romana, eclética e faustosa, foi o reflexo de um Império esplendoroso com séculos de conquistas, baseada no passado grego e etrusco, mas ao mesmo tempo inovadora, devido à habilidade nata dos romanos para as artes e engenharias.

Graças à sua capacidade visionária, algumas construções atuais são nelas influenciadas e, alguns dos seus exemplos ainda permanecem em uso, resistindo ao tempo que apagou os nomes dos artífices.

Ao longo de séculos, generais, imperadores romanos, papas e príncipes deixaram em Roma a sua marca pessoal. Chamaram arquitetos, pintores e escultores conceituados que conferiram à capital italiana a sua aparência encantadora, que ainda persiste, conservando uma mina inesgotável de tesouros artísticos que atraem e fascinam milhões de visitantes à Cidade Eterna.

Diana Ferreira autora cursos online

Diana Ferreira

Licenciada em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e mestre em Museologia em Espanha (Valladolid).
Trabalhou na Galleria Nazionale d’Arte Moderna di Roma e na direção da Galleria dos Uffizi, em Florença.
Bolseira diversas vezes com projetos de estudo e trabalho em Itália e Espanha, foi formadora e professora responsável pela disciplina de História da Arte no Porto, e de Introdução à História da Arte, Iconografia e História da Arquitetura, na Academia de Arte em Florença.
Em 2014 publicou o livro Guia dos Tesouros Arquitetónicos. Lisboa, Chiado Editora, 2014, fruto de uma investigação aprofundada sobre os temas.

Cursos e e-books da autora

1 Comentário.

Newsletter

Menu