Conservação de vestígios arqueológicos | cerâmica arqueológica

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Neste artigo vamos sistematizar o processo de intervenção na Conservação de vestígios arqueológicos de cerâmica.

A partir do curso online Conservação de Cerâmica Arqueológica.

A variedade de vestígios arqueológicos

A conservação de vestígios arqueológicos e, neste caso, de cerâmica arqueológica abarca casos, materiais e tipologias de peças Cerâmica arqueológica - metodologia de intervenção muito variados e diferenciados.

Pelo que teremos sempre de ter em consideração que cada peça ou conjunto de peças terá de ser analisado per si de forma rigorosa. 

Existem, no entanto, alguns procedimentos e métodos para a conservação de vestígios arqueológicos de cerâmica que deverão ser cumpridos.

Análise prévia

Na conservação de vestígios arqueológicos cada caso e cada peça ou conjunto de peças deve ser detalhadamente analisado per si, em função do seu:

  • contexto,
  • história,
  • tipologia,
  • tipo de pastas e decorações,
  • todos os fatores que possam contribuir para um correto enquadramento e diagnóstico.

Esta análise deve incidir sobre aspetos técnicos (técnicas de produção, materiais, diagnóstico de patologias); mas também nos aspetos de enquadramento histórico e artístico.

Na conservação de vestígios arqueológicos deve incidir igualmente no seu enquadramento arqueológico através da recolha de informações relativas às escavações onde foram encontradas.

Processo de intervenção de conservação de vestígios arqueológicos

No entanto, existem operações sequenciais comuns à maioria das intervenções de conservação de vestígios arqueológicos de cerâmica:

  • Marcação, seleção e triagem dos fragmentos.
  • Limpeza e dessalinização (quando necessária).
  • Consolidação.
  • Colagem.
  • Preenchimento de lacunas.
  • Reintegração cromática.

Ressalva-se que os métodos apresentados enquadram os princípios e técnicas aceites e recomendados para intervenções de conservação de vestígios arqueológicos mas que não existem métodos únicos ou receitas universais quando falamos de conservação e restauro.

Também nunca será demais lembrar da necessidade de registo exaustivo de todas as observações efetuadas e de todos os tratamentos realizados.

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Conservação de cerâmica arqueológica – curso online

sistematiza os métodos e procedimentos de intervenção, exemplificados com estudos de caso

Em que consiste cada uma destas 6 etapas:

Marcação

O processo de marcação, seleção e montagem de fragmentos deve ser o mais cuidadoso possível e sempre acompanhado de registo e etiquetagem de cada um deles. Só assim se conseguirá um eficiente trabalho e evita-se eventuais perdas de informação.

Nesta fase deve ser criada uma ficha técnica para cada peça, com a respetiva identificação, na qual serão registadas todas as intervenções efetuadas.

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Limpeza

O conceito de limpeza inclui toda a ação dirigida a suprimir todo o tipo de sujidade ou manchas que interfiram na estética da peça ou a sua integridade original.

Esta é uma operação muito comum no tratamento de conservação e restauro, no entanto, é uma das mais delicadas por ser um tratamento irreversível, isto porque, tudo o que for removido com este processo nunca poderá ser restituído.

Segundo o tipo de sujidade, a natureza da peça e seus componentes, será escolhido o método de limpeza e os materiais a utilizar.

Consolidação

Tratamento de conservação destinado a devolver a coesão ou consistência dos materiais ou técnicas decorativas (vidrados, engobes).

Estas podem ter sido perdidas por diversos fatores e podem manifestar-se através de estados pulverulentos ou destacamentos.

Colagem

Previamente à operação de colagem todos os fragmentos devem estar limpos e estabilizados.

Antes de se realizar esta operação deve ser estabelecida uma ordem de colagem dos fragmentos por forma a realizar o processo da forma mais eficaz possível sem deixar nenhum dos fragmentos da peça.

Utiliza-se normalmente um adesivo diluído em solvente.

Preenchimentos

Existem vários tipos de materiais que podem ser utilizados para preenchimentos, estes devem ser escolhidos consoante o tipo de material da peça e com a forma de aplicação mais adequada a lacuna que se pretende preencher.

Reintegração

A reintegração é uma técnica de restauro que permite integrar esteticamente uma peça, completando falhas de decoração e devolvendo-lhe a sua leitura.

O seu objetivo deve ser exclusivamente o de devolver leitura à peça. Não são eticamente aceites outros objetivos ou reintegrações que possam assumir um papel “decorativo”.

Independentemente do método escolhido ser mimético ou diferenciado, este método deve limitar-se exclusivamente às lacunas presentes na peça, e deve ser realizada com materiais inócuos, reversíveis e que respeitem o material original e a sua história.

Qualquer reintegração deve respeitar o principio do reconhecimento da intervenção, isto é, deve dar leitura à peça mas ser perfeitamente distinguido do original.

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São estes processos que são desenvolvidos no curso online Conservação de Cerâmica Arqueológica ilustrados com estudos de caso

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